Morre Sidney Sheldon, o ícone da literatura de massa

Desprezado pela crítica, escritor americano era um dos mais vendidos no mundo

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Por Agencia Estado
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Sydney Sheldon, um dos escritores mais produtivos da literatura americana contemporânea e um dos maiores vendedores de livros do mundo, faleceu na noite desta terça-feira aos 89 anos, devido a complicações causadas por uma pneumonia. Sheldon, que ganhou prêmios como autor da Broadway, Oscar por roteiro de cinema e produziu textos para televisão desde que começou a escrever, aos 50 anos, foi especialmente o autor de romances sobre mulheres de caráter que triunfam no mundo hostil dominado por homens implacáveis. Sheldon vendeu 300 milhões de livros em 108 países e seus romances foram traduzidos para 51 idiomas. Produziu 250 roteiros para televisão, 25 filmes e 6 peças para a Broadway. De acordo com Warren Cowan, agente de Sheldon, ele faleceu no Centro Médico Eisenhower, em Los Angeles, Califórnia. A esposa do escritor, Alexandra, e sua filha, Mary, também escritora, estavam com ele no momento de sua morte. Sheldon foi casado por mais de 30 anos com Jorja Curtright Sheldon, uma atriz de teatro e cinema que fez sucesso como decoradora de interiores e morreu em 1985. Quatro anos depois, em 1989, casou-se com Alexandra Kostoff, atriz infantil aposentada e executiva de publicidade. Deixa a filha Mary, dois netos e outros familiares. Sheldon começou a escrever romances tardiamente, mas foi um dos primeiros escritores americanos a usar em seus livros, cheios de suspense, emoção e sensualidade, elementos das atuais séries de televisão. Técnica as séries de TV "Escrevo meus romances de modo que quando o leitor termina um capítulo, tem que ler o outro. É a técnica das séries de televisão, de deixar o leitor pendurado no abismo", explicou, em entrevista concedida em 1982. Entre suas obras estão títulos como A Ira dos Anjos, O Outro Lado da Meia-Noite e Se Houver Amanhã, e outras que foram adaptados para o cinema e a televisão. Nascido em 17 de fevereiro de 1917, em Chicago, Sheldon começou a escrever ainda criança, especialmente poemas. Vendeu o primeiro por US$ 10, quando tinha 10 anos. Chegou a Hollywood aos 17 e iniciou sua carreira com a leitura de roteiros para os estúdios Universal. Depois da 2.ª Guerra Mundial, na qual foi piloto da Força Aérea, mudou-se para Nova York, onde escreveu e editou musicais para a Broadway. O sucesso com obras como A Viúva Alegre e Redhead que lhe valeu um prêmio Tony, levou Sheldon de volta a Hollywood. Lá, escreveu o roteiro da comédia que lhe rendeu um Oscar: O Solteirão Cobiçado (The Bachelor and the Bobbysoxer) (1947), com Cary Grant, Myrna Loy e Shirley Temple. Rejeitado por críticos literários Sheldon nunca foi um escritor elogiado pelos críticos, que não encontraram méritos literários em suas obras. No entanto, ele se orgulhava da autenticidade de seus romances e afirmava que escrevia sempre sobre o que tinha experimentado na própria carne. "Se falo de um jantar na Indonésia é porque estive ali e comi do que falo. Não acho que um escritor possa enganar o leitor", disse em 1987 numa entrevista. Além dos romances, Sheldon ficou bastante conhecido pelo sucesso de sua série de TV Jeannie É Um Gênio. lançada em 1965, pela emissora norte-americana NBC, para combater A Feiticeira, da ABC. A trama começa com um acidente sofrido por um foguete da Nasa, pilotado pelo major Anthony Nelson (vivido pelo ator Larry Hagman), que cai numa ilha do Pacífico. Enquanto espera por socorro, ele encontra na areia uma garrafa e, ao abri-la, liberta um gênio bastante curvilíneo e de cabelos dourados - Jeannie, vivida pela atriz Barbara Eden. Com o seriado (já disponível em DVD), Sheldon ganhou um Emmy, o prêmio máximo da tevê americana. O escritor considerava, porém, o romance o seu meio preferido de expressão: "Adoro escrever livros. Quando escrevo, gozo de uma liberdade que não existe em nenhum outro meio". (Matéria alterada às 2h35 e às 12h59 com correções e acréscimo de informações)

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