Nesta semana, a Justiça do Rio de Janeiro determinou que a música Million Years Ago, de Adele, seja retirada de todas as plataformas digitais por plagiar a canção brasileira Mulheres, interpretada por Martinho da Vila.
A decisão aconteceu após Toninho Geraes, compositor da música, processar a cantora britânica por plágio. Caso a canção não seja retirada das plataformas, uma multa de R$ 50 mil será cobrada.
O Estadão conversou com Fredímio Biasotto Trotta, advogado do compositor, que explicou a decisão inédita da Justiça. “A decisão, que é inédita na história da música brasileira por ser proferida no início do processo e em um caso de plágio internacional, abrange não só as plataformas digitais, como todas as outras formas de exibição.”
Ele ainda revelou que a decisão da Justiça possui alcance mundial, já que vale para todos os 181 países membros signatários da Convenção de Berna, que protege globalmente as obras originais artísticas e literárias, à qual o Brasil recentemente aderiu.
O advogado, que também é músico profissional, criou um vídeo de sobreposição comparativa que consiste na interpretação simultânea, pela mesma cantora, de ambas as músicas, na mesma tonalidade, andamento e ritmo “para eliminar alguns dos disfarces composicionais ou interpretativos dos responsáveis pelo plágio”.
“É importante destacar que a decisão menciona também aquela que visualizamos como a maior prova de plágio trazida até agora ao processo”, explicou, em referência ao vídeo, que pode ser visto abaixo.
Trotta ainda disse que cabe recurso à decisão. “Mas entendemos ser muito difícil uma reversão, dadas as provas já produzidas e a excelente fundamentação da decisão pelo juiz.”
*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais
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