O violoncelista Antonio Meneses sobe nesta quinta, 14, ao palco da Sala São Paulo para abrir uma série de apresentações com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (as outras acontecem nos dias 15, com transmissão digital nas redes sociais da orquestra, e no dia 16).
Meneses tem muitos motivos para comemorar em 2022. Completa 65 anos, mas o aniversário é apenas uma das datas a lembrar. Há 45 anos, ele vencia, pouco depois de chegar à Europa, o Concurso de Munique; e, há 40 anos, conquistava o primeiro lugar no Concurso Tchaikovsky. São dois dos principais prêmios musicais do mundo. E ajudaram a dar início a uma carreira de sucesso.As apresentações com a Osesp têm no repertório o Concerto para violoncelo nº 1 e a Fantasia para violoncele o orquestra de Villa-Lobos. A regência é de Isaac Karabtchevsky e, na próxima semana, eles voltam ao palco para gravar as peças, parte do registro integral da obra para violoncelo e orquestra do compositor para a série A Música do Brasil do selo Naxos. A primeira parte da gravação foi feita no ano passado, em concerto que está disponível na internet.
Meneses também faz, ao longo de 2022, uma turnê brasileira, idealizada e produzida pela pianista Celina Szrvinsk. Já tocou no Espirito Santo e vai passar também por Porto Alegre, Goiânia e Belém. Em Belo Horizonte, vai participar da série Festival de Maio. E, no Rio de Janeiro, na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, toca as suítes para violoncelo de Bach, além de oferecer masterclasses a jovens violoncelistas.
Meneses em cinco gravações fundamentais
Concerto Duplo de Brahms
Após a vitória no Concurso Tchaikovsky, Meneses fez duas gravações com a Filarmônica de Berlim e o maestro Herbert von Karajan. Em uma delas, foi o solista, ao lado da violinista Anne Sophie Mutter, no Concerto Duplo de Brahms. Momento histórico para um artista brasileiro.
Concertos para violoncelo
Com o maestro Claudio Cruz e o grupo inglês Royal Northern Sinfonia, Meneses gravou uma série de concertos que formam o cânone do repertório para o instrumento. Entre eles, os de Schumann, Elgar, Saint-Saëns (nº 1) e Hans Gál, além das Variações Rococó, de Tchaikovsky. Também com Cruz, Meneses gravou para o Selo Digital da Osesp o Concerto de Dvorák.
Duo com Maria João Pires
Juntar duas grandes estrelas do mundo da música nem sempre é receita de sucesso - e um recital logo pode se transformar em uma competição de virtuosismo. Mas não quando essas estrelas são a pianista Maria João Pires e Antonio Meneses, que fazem da música de câmara um diálogo fascinante. Basta prestar atenção na Sonata op. 38 de Brahms. Mas faça isso com tempo: você não vai querer parar de ouvir.
Suítes de Bach
Para os violoncelistas, as seis suítes para violoncelo de Bach são obras incontornáveis. Meneses gravou as peças duas vezes, uma no início da carreira, no Japão, e outra no início dos anos 2000, na Inglaterra, leitura de alta concentração e refinamento, testemunha da maturidade do artista. Meneses também vai interpretar este ano as suítes em Belo Horizonte (já tocou a primeira em março) e no Rio de Janeiro.
Beethoven
Meneses integrou o Trio Beaux Arts, importante conjunto de câmara, ao lado do pianista Menahem Pressler e do violinista Daniel Hope. O grupo se dissolveu mas, com Pressler, Meneses realizou um disco precioso, com as sonatas para violoncelo e piano de Beethoven.
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