Análise | Arcade Fire recria ‘Águas de Março’ em versão indie e empolga Lollapalooza com brasileira na banda

Grupo canadense agradou a plateia que sofria com a chuva ao enfileirar grandes sucessos, como ‘The Suburbs’ e ‘Wake Up’

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Foto do author Danilo Casaletti

A banda Arcade Fire subiu ao palco do Lollapalooza 2024 pouco depois das oito da noite desta sexta-feira, 22. Os canadenses voltaram ao País depois de um hiato de sete anos. Desta vez, carregando uma polêmica junto aos instrumentos e equipamentos de som: em 2022, o vocalista Win Butler foi acusado publicamente de cometer crimes sexuais contra quatro fãs.

Na época, ele negou as acusações e ganhou o apoio de Régine Chassagne, também vocalista do Arcade, com quem é casado. Nada foi totalmente esclarecido. Logo depois, o irmão de Win, o multi-instrumentista Will Butler, deixou a banda.

Porém, na apresentação desta noite no Lolla a banda passou ilesa de qualquer julgamento.

Arcade Fire se apresentou na primeira noite do Lollapalooza 2024 Foto: Taba Benedicto/Estadão

Quem já enfrentou chuva em em algum festival em Interlagos - ela caiu em mais da metade da apresentação da banda - sabe que essa não é uma tarefa fácil. Por isso, quando uma show dá certo, a sensação é de alívio entre o público.

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O primeiro momento de comunhão foi a entrada de Win no palco, empunhando a bandeira brasileira.

Bem recebido, ele desceu do palco e foi ao encontro dos fãs no final de Neighborhood #1, do álbum de estreia Funeral, que neste ano completa duas décadas de lançamento. Dele, a banda também tocou Rebellion e Neighborhood # 2. Um gostinho da turnê comemorativa deste disco que o grupo vai apresentar ainda neste ano, em turnê que não deve contemplar o Brasil.

Arcade Fire entrou no palco do Lollapalooza nesta sexta, 22, com a bandeira do Brasil, que voltou às mãos da banda em outros momentos do show Foto: Taba Benedicto/Estadão

The Suburbs e Águas de Março

O Arcade Fire tocou baixo para que a plateia entoasse os versos de The Suburbs, do disco de mesmo nome. Foi atendida.

Teve mais Brasil: Win e Régine cantaram Águas de Março, de Tom Jobim. Ela cantou os primeiros versos em português. Depois, seguiram com a versão em inglês. O arranjo indie caiu bem ao clássico. brasileiro.

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A percussionista brasileira Silvanny Sivuca, nascida em Paraisópolis, participou do show e foi elogiada por Win.

O Arcade Fire também abriu espaço para seu álbum mais recente, We, lancado em 2022, com Age of Anxiety, por exemplo. O disco, feito durante a pandemia, traz canções mais minimalistas e com temas que giram em torno do medo e da solidão.

O encerramento foi com Wake Up, um dos maiores hits da banda que se tornou uma espécie de hino indie. Na letra, uma lição para que os adultos olhem e enfrentam seus erros. Tom bastante apropriado para a tempestade que atingiu o Arcade Fire nos últimos dois anos.

Com toda essa recepção, restou ao vocalista do Arcade Fire encher a plateia de elogios e decretar que o Brasil é o melhor lugar para se apresentar.

Análise por Danilo Casaletti

Repórter de Cultura do Estadão

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