Artigo do ‘New York Times’ sobre sexualidade de Taylor Swift revolta fãs: ‘Invasivo’; entenda

Texto no jornal americano alega que cantora envia há tempos sinais cifrados de que é ‘queer’; Swift e veículo de imprensa não se manifestaram

PUBLICIDADE

Por Maggy Donaldson
Atualização:

AFP - Um longo artigo de opinião publicado no The New York Times, especulando sobre a sexualidade da superestrela da música Taylor Swift, provocou indignação on-line, com alguns usuários de redes sociais pedindo que o jornal americano se retrate.

PUBLICIDADE

A coluna de 5 mil palavras publicada nas páginas de opinião do jornal sugere que a popular cantora está enviando sinais velados aos seus fãs de que é homossexual, apesar de se identificar publicamente como heterossexual.

Nem o The New York Times nem os representantes de Swift responderam imediatamente a um pedido da AFP para comentar o artigo ou a reação.

Falando anonimamente à CNN, uma pessoa próxima a Swift chamou a coluna de “invasiva, falaciosa e inadequada”.

Publicidade

Cantora Taylor Swift tem sexualidade questionada em artigo do The New York Times Foto: Michael Tran/AFP

O ensaio de Anna Marks, redatora de artigos de opinião do jornal de Nova York, reúne uma lista de ocasiões em que Swift aparentemente sugeriu que ela é “queer”, uma palavra comumente usada para descrever uma identidade sexual e de gênero diferente da heterossexual.

“Isoladamente, um único grampo de cabelo solto pode ser insignificante ou acidental, mas, em conjunto, eles são o desenrolar do coque de uma dançarina após uma longa apresentação”, escreveu Marks.

“Esses grampos começaram a aparecer nas obras de arte da Sra. Swift muito antes de a identidade queer ser inegavelmente comercializável para a corrente dominante nos Estados Unidos. Eles sugerem às pessoas queer que ela é uma de nós”, argumenta.

Em 2022, Marks publicou outra coluna em que especulava sobre a identidade de gênero de Harry Styles, um astro pop com quem Swift namorou, examinando as acusações contra ele de “queerbaiting” - o uso, para fins de marketing, de expressões, comportamentos ou vestimentas relacionadas a pessoas queer sem que a pessoa se considere queer.

Publicidade

Marks abriu a coluna sobre Swift fazendo referência à angústia interior de Chely Wright, uma musicista country e ativista queer que descreveu ter ficado “no armário” durante anos por motivos profissionais e pessoais.

Após a publicação do ensaio, Wright o classificou como “gatilho”: “Acho que foi horrível da parte do @nytimes publicá-lo. É uma pena que eu tenha lido o ensaio. Para mim, foi um gatilho lê-lo - não porque o escritor mencionou que eu estava prestes a acabar com minha vida - mas ver a sexualidade de uma pessoa pública discutida é perturbador.”

Taylor Swift durante apresentacao no Alianz Parque, em São Paulo, em 2023 Foto: Taba Benedicto/Estadão

“Ignore o que ela disse”

Há meses, a cantora de 34 anos namora abertamente o jogador da NFL Travis Kelce, atraindo novas legiões de espectadores para os jogos de futebol americano, enquanto a câmera rotineiramente se volta para Swift.

Sua vida amorosa há muito tempo é assunto de tabloides, fãs e das músicas dela. Swift tem se relacionado com homens de alto escalão, como os atores Tom Hiddleston, Jake Gyllenhaal e Joe Alwyn, além dos cantores Styles, Matt Healy, vocalista do 1975, e John Mayer.

Publicidade

A própria Swift nunca indicou publicamente que se identifica como queer ou homossexual, embora haja especulações sobre isso há anos.

Ela tem defendido os direitos LGBTQ+, sobre os quais falou em uma entrevista à revista Vogue em 2019: “Não percebi até recentemente que poderia defender uma comunidade da qual não faço parte”.

E no prefácio da recente reedição do álbum 1989, Swift refletiu que, aos vinte anos, ela prometeu “não namorar garotos” por causa das suposições da mídia de que ela dormia com todos os homens com quem passava o tempo.

Kayla Gagnet, diretora de conteúdo digital da Equal Pride, uma marca de mídia voltada para o público queer que inclui The Advocate e Out, disse que, quando se trata da cobertura jornalística de celebridades, “apontar sinais óbvios não é inerentemente problemático”.

Publicidade

Perceber sinais de homossexualidade, disse ele à AFP, “não deveria ser diferente” do que a mídia perceber que Swift estava namorando Kelce antes que o casal tivesse confirmado.

Além disso, de acordo com Gagnet, a reação à coluna do The New York Times “não está realmente focada na leitura da homossexualidade em seu trabalho, o que eu acho totalmente válido, mas sim em ignorar ou menosprezar o que ela mesma disse sobre isso”.

Os fãs da cultura pop sempre estarão interessados em saber quem as celebridades estão namorando, continuou ele. “É justo se interessar pelo que isso pode significar sobre sua sexualidade.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.