O maestro João Carlos Martins, 84, um dos maiores nomes da música clássica no Brasil, está internado desde o último sábado, 4, e passou por um procedimento para retirada da vesícula biliar. Em contato com o Estadão neste domingo, 5, a mulher do músico, Carmen Valio, explicou a internação e afirmou que Martins deve permanecer hospitalizado por mais alguns dias.
“Há uma semana, João Carlos sentia dores”, disse ela. Segundo Carmen, a equipe médica do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, descobriu um pólipo calcificado na vesícula do maestro. O médico Raul Cutait, um dos responsáveis pelos cuidados de João Carlos Martins, optou por retirar a vesícula do músico e realizar exames no órgão.
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Além de Cutait, o maestro também é acompanhado por Roberto Kalil Filho, cardiologista responsável pelo acompanhamento de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após dois procedimentos médicos na cabeça em dezembro. Veja a última atualização sobre o estado de saúde de Lula aqui.
Ainda conforme Carmen, não foi possível realizar a retirada da vesícula do músico por meio de um procedimento denominado laparoscopia por conta de uma aderência a outro órgão. A laparoscopia é uma cirurgia pouco invasiva feita com pequenos cortes na região do abdômen e uso de câmera.
A internação deve se estender por mais alguns dias por conta de problemas de coagulação já enfrentados pelo maestro. Segundo a mulher de João Carlos Martins, o músico já teve embolia pulmonar duas vezes. “Fora isso, está tudo sob controle”, completou Carmen.
O maestro é um dos principais nomes da música clássica no Brasil e um dos maiores intérpretes de Johann Sebastian Bach. No ano passado, ele ganhou uma biografia pelas mãos do jornalista Jamil Chade, O indomável: João Carlos Martins entre som e silêncio (Ed. Record).
A obra percorre a trajetória do maestro desde infância, debruçada sobre o piano sob o olhar atento do pai exigente, passando pela juventude, com o reconhecimento de seu brilhante talento, até a consagração, interrompida em seu auge pela gradual atrofia nas mãos. Mostra, também, como ele buscou a reinvenção longe dos palcos, em um respiro antes de retornar à música.
Durante a comemoração dos 150 anos do Estadão, o músico enviou um depoimento contando que lê o jornal todas as manhãs. João Carlos Martins começou sua carreira internacional após um prêmio do Concurso Eldorado.
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