Céu e Vanessa da Mata cantam neste sábado, 22, na Sala São Paulo, no projeto ‘Encontros Históricos’

Na apresentação, que abre a 4.ª temporada do projeto, elas serão acompanhadas pela Brasil Jazz Sinfônica; confira a programação

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Por Danilo Casaletti

Neste sábado, dia 22 de abril, o projeto Encontros Históricos, realizado pela Fundação Osesp, estreia sua quarta temporada. O concerto que vai abrir a nova série de espetáculos terá as cantoras Céu e Vanessa da Mata como convidadas. As duas, como de praxe no programa, serão acompanhadas pela Brasil Jazz Sinfônica.

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Até dezembro serão outros sete concertos. Tom Zé e Lívia Nestrovskiv, Alaíde Costa e Fernanda Takai, Carminho e Silva e Simone e Zé Ibarra são alguns deles. Para metade dessas apresentações os ingressos já estão esgotados, inclusive para esta de abertura.

A reportagem do Estadão acompanhou, na quinta, 20, o primeiro ensaio para o concerto de Céu e Vanessa. Foi nesse dia que elas conheceram os arranjos para as músicas que escolheram para integrar o set list. À frente da Brasil Jazz Sinfônica, estava o maestro João Maurício Galindo.

Céu se surpreendeu com as últimas frases musicais de Varanda Suspensa, uma das canções que estão no programa. “Esse projeto me proporcionou perceber novas camada na minha música. Isso para uma compositora é algo especial”, conta ela.

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Sem espaço para erros

Vanessa da Mata ao lado do maestro João Maurício Galindo: 'Cantar com uma orquestra é diferente', diz ela Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Vanessa não ficou menos empolgada ao ouvir os violinos tocarem ao som do afrobeat a introdução de Foice, canção de seu álbum Vem Doce, recém-lançado por ela. Será a estreia da música nos palcos.

“Cantar com uma orquestra – e eu tenho feito isso algumas vezes – é diferente. Com banda, se você errar, olha um para o outro e segue. Isso não é possível dentro de arranjos com tantos e incríveis caminhos”, diz a cantora.

Surpreender, tanto cantores quanto o público, é um dos objetivos do Encontros Históricos, segundo o maestro Ruriá Duprat, diretor artístico da Brasil Jazz Sinfônica.

O trabalho começa cerca de um mês antes das apresentações. O primeiro passo, segundo Duprat, é uma conversa com cada convidado para entender o que eles esperam da apresentação e quais canções gostariam de incluir no repertório.

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A partir disso, é hora de pensar nos arranjos e distribuí-los para 27 arranjadores de dentro e de fora da orquestra. Para o concerto que unirá Céu e Vanessa, 11 deles foram convocados. “Penso, primeiramente, em chamar atenção para as letras da canção. Outra intenção é a de ousar. Sempre. Apresentar algo interessante para a carreira dos artistas”, explica o maestro.

O outro desafio é juntar as duplas para compor cada temporada. Até o final de 2023, serão 64 artistas diferentes – já se apresentaram, ao longo dos últimos três anos, pares como João Donato e Marcos Valle, Daniela Mercury e Maria Gadú, Erasmo Carlos (1941-2022) e Roberta Sá e Arnaldo Antunes e Lenine.

“São muitos assuntos e estilos diferentes. Alguns encontros prováveis, outros improváveis. Aos poucos, os nomes estão se rarefazendo. E isso só deixa a proposta cada vez mais interessante”, garante Duprat.

É inegável que o Encontros Históricos deixou a Brasil Jazz Sinfônica, criada em 1989, ainda mais popular em termos de público. A demanda por apresentações cresceu. Uma outra frente foi aberta no Teatro B32, na zona sul, também com artistas convidados.

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Isso é possível pela própria característica da Brasil Jazz Sinfônica, atualmente gerida pela Fundação Padre Anchieta/TV Cultura. Ela é uma orquestra pop, que une o erudito aos ritmos populares como poucos grupos no mundo.

O melhor exemplo: o espetáculo realizado por Carlinhos Brown com Margareth Menezes, em março de 2022, colocou o público de pé logo na segunda música, com sopros e cordas acompanhando o timbau tocado por Brown no hit Dandalunda.

“Quando a Brasil Jazz Sinfônica sobe ao palco e toca samba, bossa ou axé, o público assimila melhor essa musicalidade. A exposição, para nós, é enorme”, esclarece Fábio Chateaubriand Borba, diretor da orquestra.

Para Marcelo Lopes, diretor executivo da Fundação Osesp e um dos criadores do projeto Encontros Históricos, o Brasil é o país ideal para que ele se consolidasse “com tranquilidade”.

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“Em nenhum outro lugar do mundo a música clássica e a popular têm tanta proximidade. Desde Tom Jobim e Francisco Mignone chegando a Cesar Camargo Mariano e Egberto Gismonti. E até mesmo a Lívia Nestrovski, que canta Schubert, Tom Zé e Arrigo Barnabé”, recorda.

A apresentação que unirá Céu e Vanessa da Mata neste sábado, às 22 horas, será transmitida ao vivo pelo canal da Sala São Paulo no YouTube. Os encontros também são exibidos na programação da TV Cultura, ao vivo ou em edições gravadas.

Duprat não descarta a ideia de uma compilação, a ser lançada em formato físico ou digital, para reunir alguns números que já ocorreram ao longo das temporadas. “Seria uma forma de levarmos esse conteúdo para ainda mais pessoas. Inclusive, para ouvintes fora do País”, completa o maestro, com empolgação.

Céu ao lado da orquestra Brasil Jazz Sinfônica: apresentação inédita Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Encontros Históricos: vejas as datas das próximas apresentações

  • 22/4: Vanessa da Mata & Céu (esgotado)
  • 13/5: Tom Zé & Lívia Nestrovski
  • 17/6: Alaíde Costa & Fernanda Takai
  • 26/8: Carminho & Silva (esgotado)
  • 9/9: Chico César & Mariana Aydar (esgotado)
  • 14/10: Gaby Amarantos & Xênia França
  • 4/11: Tulipa Ruiz & Liniker (esgotado)
  • 9/12: Simone & Zé Ibarra

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