Clipe ‘Casa Assombrada’, da Fresno, mostra sufoco e alívio em analogia com saúde mental; veja vídeo

Faixa busca aumentar consolidação da banda depois de tocar em palco de patrocinador Rock in Rio

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Por Leonardo Catto, Especial para o Estadão
Atualização:

O fantasma é protagonista em Casa Assombrada, música da Fresno cujo clipe será lançado na quarta-feira, 14. Mas a assombração não veste lençol branco ou é vulto. Em pré-lançamento, na noite de terça-feira, 13, no BMG Brasil, em São Paulo, a banda falou sobre a faixa, o clipe, a apresentação no palco do Itaú/TikTok Rock in Rio e as projeções de futuro - inclusive afirmando ser compatível com espaços maiores do festival.

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Casa Assombrada é outra expressão de Vou Ter Que Me Virar (VTQMV, nome do último disco e faixa que abre o álbum). Ao pedir “desculpas por ser assim”, a música assume lugar de confissão dos problemas internos e a tentativa de não projetar isso a uma figura “do Outro” como sobrecarga emocional.

O clipe representa a casa enquanto ambiente fechado. A mente é colocada em uma sala bagunçada, como teto caindo. É como se o interno fosse reproduzido no ambiente - externo ao indivíduo. O enclausuramento reproduz o momento em que a música começou a ser concebida - ainda na pandemia -, mas, além disso, expõe a mente e os seus fantasmas internos na música.

“Às vezes, há pessoas que nunca se preocuparam em se cuidar, acabam sendo uma simples carga de assombração. Todo mundo sempre buscou paz de espírito, mas, no fundo, tem coisas que permanecem com a gente”, fala Lucas Silveira, vocalista e compositor da música sobre a constância das angústias. Ele ainda conta que a “vibe” de casa assombrada é relacionada à reclusão da pandemia, quando os “barulhos de casa” se tornaram mais perceptíveis com o isolamento.

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A faixa é xodó entre os fãs. A explicação é conhecida pelo trio formado por Vavo (guitarra) e Thiago Guerra (bateria), além de Lucas. “Essas coisas acontecem com praticamente todas as pessoas. O maior nível de identificação dos fãs são aqueles que se sentem no lugar de quem está contando a história da música. E a gente percebeu isso logo cedo”, comenta Vavo, que completa: “A gente botava fichas nela quando saiu o disco. É dar um foco especial na música. Colocar ela num lugar legal no show”. A faixa teve, além da versão original no disco, um remix, um acústico e ganha agora o clipe.

O audiovisual foi dirigido por Gabriel Twardowski e foi gravado em Curitiba, com a Flavor Studio. O diretor buscou reproduzir fielmente a música: “É um teto desabando, não só paredes se fechando, como em filmes de terror”, diz ao dispensar o que seria o “óbvio” ao reproduzir fantasmas na tela.

A Fresno foi ao Rock in Rio convidada pelo Itaú e pelo TikTok. O show, contudo, foi aclamado como se fosse em um dos palcos principais. Sem modéstia, a banda reconhece que “ensaia há mais de 20 anos” e sabe tocar para grandes públicos.

Com o sucesso de VTQMV, a banda vai pela primeira vez à Europa, ainda em setembro, além de passar por quatro regiões do Brasil.

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O ímpeto atual é o de querer ser o que ainda não se foi em 23 anos. Isso é perceptível quando Lucas comenta a expectativa de que o show no Rock in Rio tenha “bagunçado a organização” e almeja palcos com mais destaque. Isso também é perceptível ao conversar com o baterista, Tiago Guerra: “Estamos sempre trabalhando coisas novas, sempre colocando as ideias pra fora e aproveitando-as. E está massa. Tem vindo coisas seguindo o fluxo”, projeta novos lançamentos, ainda sem data, mas já em trabalho.

A Fresno entende que ciclos vão acontecendo. Sem - tantos - ressentimentos, a banda não quer parar agora e aqui. O medo do futuro, cantado em Caminho Não Tem Fim, é muito mais pessoal da composição de Lucas do que da Fresno, que pode se ver como quase cinquentões em um futuro Palco Mundo, sem necessariamente o saudosismo do emo, mas uma identidade própria da banda.

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