Conheça quem vai ser destaque na música erudita em 2023

Artistas na casa dos vinte anos, eles são maestros, instrumentistas e compositores mais do que promissores

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Por João Luiz Sampaio
Atualização:

Os últimos anos na música clássica brasileira foram particularmente pródigos em pianistas, com nomes como Cristian Budu, Lucas Thomazino, Erika Ribeiro, Fabio Martino e Leonardo Hisldorf. Mas, não há descanso: com estes músicos, com idades entre os 30 e os 40 anos, já estabelecidos, uma nova geração pede passagem.

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São artistas na casa dos vinte anos, mas já com conquistas importantes. Maestros, instrumentistas, compositores. Um aspecto interessante não está apenas na qualidade artística. Mas na percepção de que, cada vez mais, novos artistas da música clássica carregam a possibilidade de reinvenção do meio à luz de nossa época.

São novos tempos, que pedem por maior diversidade, nova relação com o público, novos olhares para o repertório do passado – ao mesmo tempo em que colocam questões a respeito do que pode ser um repertório do futuro. Nesse caminho, cabem tanto a atenção à música nova como o resgate de grandes compositores, ou então a reflexão sobre novas formas de divulgação de seus trabalhos.

Os seis artistas presentes nesta lista são, assim, exemplos de profissionais que surgem em um contexto novo – e cujas carreiras, em 2023 ou em anos à frente, deverão ser acompanhadas bem de perto.

Maestro José Soares Foto: SSP

José Soares, maestro

Durante a pandemia, o regente assistente da Filarmônica de Minas Gerais assumiu todos os concertos da orquestra, apresentados sem público e transmitidos ao vivo. Foi uma revelação, pela técnica e pela musicalidade. Em 2023, ele continua com seu trabalho em Belo Horizonte, mas faz também, aos 25 anos, sua estreia à frente da Osesp, em concerto que terá o pianista Jean-Louis Steuerman como solista.

A celista Marina Martins Foto: SSP/DIV

Marina Martins, violoncelo

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A violoncelista brasileira vive na Alemanha, onde foi estudar com nomes como Pieter Wispelwey. Com 23 anos, tem voltado regularmente ao Brasil. Com a Filarmônica de Goiás, gravou no ano passado o Concerto para violoncelo de Claudio Santoro, em disco que deve ser lançado este ano. Na temporada 2023, fará dois concertos de câmara na Sala São Paulo, ao lado do pianista Lucas Thomazinho e do Quinteto Osesp.

Jaoa de Mello, direção cênica

Integrante do Atelier de Ópera do Theatro São Pedro, ela escreverá libreto para uma nova ópera, a ser estreada no segundo semestre de 2023. Jaoa de Mello também fará sua estreia como diretora cênica no Theatro Municipal de São Paulo. Ela dirige, em data ainda a ser definida, A Noiva do Mar, ópera da pouco conhecida compositora paraense Lycia de Biase Bidart, na série Ópera Fora da Caixa.

A violonista Gabriele Leite Foto: GLdiv

Gabriele Leite, violão

Com 24 anos, a violonista foi escolhida em 2020 uma das 30 celebridades com menos de 30 anos pela Revista Forbes. Radicada em Nova York, está finalizando seu doutorado em performance. Formou um duo com o violonista Eduardo Gutterres e é uma das criadoras da Brazilian Classical Guitar Community, que se dedicada a gravações, a maior parte delas on-line, de música brasileira.

Piero Schlochauer Foto: PSD

Piero Schlochauer, compositor

Em 2021, aos 23 anos, o compositor Piero Schlochauer escreveu sua primeira ópera, encomendada pelo Festival Amazonas de Ópera, principal evento do calendário lírico na América Latina. Tem trabalhado como assistente de direção cênica em ópera. E, no ano passado, venceu concurso promovido pelo Fórum Brasileiro de Ópera, Dança e Música de Concerto para uma nova ópera, a ser apresentada por diversos teatros brasileiros participantes do fórum.

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Luiz Fernando Venturelli Foto: Todd Rosenberg

Luiz Fernando Venturelli, violoncelo

O violoncelista completa 23 anos na próxima temporada. Em 2017, venceu o Concurso Jovens Solistas da Osesp e logo se mudou para os Estados Unidos, onde estudou na Universidade Northwestern, em Chicago. A volta ao Brasil, em 2023, será em grande estilo: ele fará a estreia latino-americana do concerto para violoncelo do compositor peruano Jorge Villavicêncio Grossmann, tocando ao lado da Osesp.

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