Cruzeiro com Bruno, Marrone e Leonardo é alvo de operação da PF após suspeita de exploração sexual

PF corrige informação e diz que não houve prisão em flagrante. Outro lado: assessoria do navio nega acusações e diz que ‘presta todo o apoio às autoridades competentes para que a questão seja esclarecida’. Artistas não comentaram, mas representante de Leonardo diz que ‘ele só soube do caso um dia após chegar em casa’

PUBLICIDADE

Foto do author Gabriela Piva
Atualização:

O cruzeiro temático de Bruno & Marrone e Leonardo, chamado Cabaré, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na segunda-feira, 13. Segundo o órgão, quatro jovens foram resgatadas após terem sido vítimas de exploração sexual. O caso está sendo investigado. Assessoria de imprensa da PromoAção, empresa organizadora do evento, enviou nota ao Estadão negando as informações e dizendo que “presta apoio às autoridades para a questão ser esclarecida o mais breve possível” (leia nota completa abaixo). As equipes dos artistas afirmaram à reportagem que não respondem pelo caso, mas a de Leonardo disse que ele “só soube da operação um dia após chegar em casa”.

Cruzeiro temático de Bruno, Marrone e Leonardo é alvo de operação da Polícia Federal por suspeita de exploração sexual Foto: Instagram/@cabare

PUBLICIDADE

Em um primeiro momento, a PF disse que um dos organizadores do evento tinha sido preso em flagrante e podia responder pelos crimes de sequestro ou cárcere privado, assédio sexual, importunação sexual e tráfico de pessoas. No entanto, ao Estadão, o órgão corrigiu a informação ao ser questionado sobre a identidade do suspeito detido e informou que não houve prisão em flagrante, mesmo que houvesse a ordem.

“O auto de prisão em flagrante não chegou a ser efetivamente lavrado, o que só foi confirmado após a divulgação da nota. Tal fato, no entanto, não exclui a responsabilidade futura de eventuais investigados, visto que existem elementos que apontam para indícios de crime, razão pela qual as investigações prosseguem”, afirmou a PF por e-mail.

As jovens teriam entre 18 e 21 anos e seriam naturais de São Paulo e Santa Catarina. Investigações da PF indicam que uma agência as contratou como modelos. Porém, elas começaram a suspeitar da situação quando perceberam que funcionários do cruzeiro estariam fornecendo bebidas suspeitas de conter substâncias incomuns.

Publicidade

A locomoção delas no navio também teria sido afetada. Ainda conforme a PF, elas eram impedidas de se comunicar externamente e só poderiam se deslocar sob vigilância. Mesmo assim, uma das jovens conseguiu acesso a um telefone e contatou a família para relatar os acontecimentos. Os parentes, então, fizeram uma denúncia.

Elas foram levadas à Delegacia da Polícia Federal em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Lá, foram encaminhadas ao IML para realizar corpo de delito.

Assessoria de imprensa de Leonardo disse que ele só soube da operação da Polícia Federal um dia após chegar em casa Foto: Instagram/@cabare

O Estadão entrou em contato com a assessoria de imprensa da PromoAção para conseguir um pronunciamento. Porém, a equipe disse estar em reunião com advogados para enviar uma nota oficial assim que possível. A empresa é responsável por diversos cruzeiros temáticos, como o Ws Onboard, do Wesley Safadão; o Navio da Xuxa, da apresentadora; e o Numanice, da Ludmilla.

A reportagem também entrou em contato com a Polícia Federal para saber se os artistas seriam convidados ou intimados a depor sobre o caso e mais detalhes sobre a investigação, mas o órgão disse, por e-mail, que não comenta possíveis investigações em andamento.

Publicidade

As assessorias de imprensa do Bruno & Marrone e Leonardo disse ao Estadão que não responde pelo caso porque não se trata da parte artística da dupla. No entanto, a equipe de Leonardo contou à reportagem que ele só soube da operação da PF um dia após chegar em casa, em Goiânia.

Nota da PromoAção

“A produtora responsável pelo evento nega as acusações e presta todo o apoio às autoridades competentes para que a questão seja esclarecida o mais breve possível, em respeito a todos os seus colaboradores, parceiros, artistas e passageiros.

Após realizar uma apuração interna, a empresa está segura de que os fatos serão esclarecidos com a ajuda dos próprios registros da operação no navio.

Há mais de 20 anos garantindo experiências únicas e seguras em cruzeiros temáticos no Brasil e no exterior, os organizadores reafirmam seu respeito e compromisso com todos os milhares de passageiros que já estiveram a bordo de seus festivais de música em alto-mar.”

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.