Damon Albarn: ‘Yoga é melhor que heroína’, afirma vocalista da banda Blur

Cantor afirmou que é uma pessoa ‘profundamente mais triste aos 50 anos’, mas que está confortável com a melancolia

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Por Eric Randolph
Atualização:

Paris, França / AFP - O grupo britânico Blur está de volta com um novo álbum e uma turnê. A nova produção, segundo o vocalista Damon Albarn, é uma oportunidade de “viajar no tempo”, embora ele admita que os anos estão cobrando seu preço.

“The Ballad of Darren”, o segundo álbum da banda em 20 anos, foi uma surpresa para todos, incluindo os integrantes do Blur. “Eu não contei a ninguém que estava escrevendo”, disse Albarn à AFP durante uma viagem recente a Paris.

Membros da banda britânica Blur: Alex James, Graham Coxon, Damon Albarn and Dave Rowntree. Foto: via REUTERS / via REUTERS

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O processo de composição aconteceu durante uma turnê com sua outra banda, Gorillaz, nos Estados Unidos no ano passado. Eu voltei em janeiro e disse: ‘Venham ao estúdio, tenho algo para mostrar a vocês’”.

Ele apresentou 20 canções ao grupo e pediu que selecionassem as favoritas para o álbum, que será lançado em 21 de julho. “Sou uma pessoa profundamente mais triste aos 50 anos”, admite o cantor, sem conter um sorriso.

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“Mas está tudo bem - estou me inclinando para a minha tristeza. Não é tão longe da felicidade. Estou confortável com a melancolia”, explica. De fato, Albarn admite que a personalidade ousada e feliz da década de 1990 nunca foi algo natural.

“O yoga me ajudou muito. Primeiro foi a heroína, da qual me livrei há 100 anos. E agora o yoga - se eu praticar todos os dias, eu fico calmo. Que isso não seja ensinado em todas as escolas é um absurdo”.

‘É como viajar no tempo’

E agora ele fica agradecido com o público mais jovem nos shows do Blur. “É como viajar no tempo. O público voltou a ser jovem. É estranho, às vezes você esquece onde está”, comenta.

Albarn sempre foi o mais inquieto dos astros do chamado “britpop”, explorando novos sons e estilos a cada álbum. O estilo rendeu fama mundial, mas ele acredita que demorou a conquistar o público em seu país.

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“Eu me sinto bem no momento, é claro - as pessoas de repente perceberam que eu existo novamente - mas já faz algum tempo desde que a Inglaterra é um lugar onde me sinto bem-vindo”, disse.

“Não tenho telefone, mas entendo o princípio. Todos carregamos essa máquina que envia fotos de nós mesmos, olhamos para elas, verificamos, fabricamos nosso próprio narcisismo”.

Banda britânica Gorillaz com o músico Damon Albarn no festival The Roskilde Festival em Roskilde, na Dinamarca. Foto: SCANPIX DENMARK / REUTERS

Albarn disse que não gosta de escrever as letras. “Eu luto muito, quase de maneira desumana, com minhas letras. Há sempre um mês em que estou tentando terminar a letra de alguma coisa... é horrível”.

‘Perdemos a cabeça’ -Quando o Blur entrou em hiato, em 2003, a França foi o país que recebeu os projetos experimentais de Albarn, incluindo uma ópera completa que pretende apresentar no Lido de Paris no próximo ano.

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“A última vez que tentei algo assim na Inglaterra foi no ‘National Theatre’ e acabei sendo forçado a fazer um show de Natal por ‘preocupações comerciais’”, disse, sem esconder o incômodo.

Albarn tem boas memórias das primeiras visitas do Blur a Paris: noites no lendário clube Bains Douches (“um local bastante explícito”, brinca Albarn) e no Refuge des Fondus em Montmartre.

“Imagine um rapaz inglês de 21 anos que tem vinho tinto servido em mamadeiras e queijo derretido. Perdemos a cabeça!”.

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