O DJ Marlboro começou a carreira que o consagraria como o maior do Rio de Janeiro, e um dos dois maiores do País, com uma vitrola de piquenique que a avó lhe deu, no final dos anos 70, tocando alucinadamente Planet Rock, de Afrika Bambaataa. Hoje ele é reconhecido como o grande ideólogo do funk carioca, gênero que começa a ganhar a classe média e inicia hoje uma disputada residência no clube Lov.e um projeto adequadamente intitulado Pancadão, que vai tomar a danceteria a cada quinze dias, numa quarta-feira, à meia noite. Fernando Luis Mattos da Mata, carioca da gema, ganhou o apelido Marlboro quando sua família se mudou para São Gonçalo. "No Rio, dizem que Niterói é subúrbio. E que São Gonçalo é subúrbio de Niterói, e portanto subúrbio do subúrbio. Diziam então que eu vinha da Terra de Marlboro", ele lembra. Já destruíram seu equipamento em tempos mais duros, prenderam gente de sua equipe de som. "Nunca estressei. Conheço a história do samba, sei que era proibido colocar o bloco na rua", diz. Marlboro é uma espécie de filtro do que o Rio ouve hoje em dia. Seu programa na FM O Dia tem uma audiência de 500 mil ouvintes por minuto, segundo o Ibope (é diário, das 16h às 18 horas). Foi ele o responsável pelo lançamento de Claudinho e Buchecha, Latino, Bonde do Tigrão, Tati Quebra-Barraco, Copacabana Beach. Foi uma das raras estrelas brasileiras no festival espanhol Sónar, realizado recentemente, e se espantou com a repercussão do funk brasileiro no exterior. "Sai mais reportagem sobre o funk em um mês na Europa do que em um ano no Brasil", ele avalia. Marlboro acaba de lançar também uma revista para o funk, a Big Mix Magazine (que mostra, nesse número 2, um encontro inédito entre Tati Quebra-Barraco e a rapper americana Khia na Cidade de Deus). Projeto Pancadão com DJ Marlboro - Hoje, no Lov.e, Rua Pequetita, 189, Vila Olímpia, 3044.1613. A partir das 24 horas. R$ 25 (sem flyer) e R$ 15 (com flyer)
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.