LOS ANGELES - Em um estúdio de gravação decaído de Londres, Paul está trabalhando em uma versão inicial de I've Got a Feeling, Yoko está sentada perto de John, George mostra dificuldade para colocar uma letra em Something e Ringo faz malabarismos com as baquetas.
Depois de 50 anos trancadas em um cofre, o diretor Peter Jackson editou 57 horas de filmagens para uma série documental que mostra os Beatles improvisando, dançando, brincando, experimentando canções novas e acertando suas diferenças.
"Isto são os Beatles como você nunca os viu. Como seres humanos", disse Jackson, diretor neozelandês de O Senhor dos Anéis e fã da banda.
Gravadas originalmente ao longo de 22 dias de janeiro de 1969, as filmagens oferecem um retrato acentuadamente diferente da banda de Liverpool nos meses que antecederam sua amarga separação.
Contrariando a história segundo a qual os quatro músicos não aguentavam mais permanecer juntos, Jackson descobriu "quatro caras que são amigos, que têm um respeito profundo um pelo outro".
"Ao invés de gritarem uns com os outros e culparem um ao outro e meio que pirar, eles arregaçam as mangas, são profissionais, têm senso de humor e lidam com aquilo. E terminam com o triunfo do telhado", disse Jackson.
O documentário em três partes The Beatles: Get Back será lançado no Disney+ na quinta-feira, na sexta e no sábado.
As filmagens foram feitas quando Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr se reuniram para compor 14 canções, gravar um disco novo e preparar sua primeira apresentação ao vivo em três anos. O hoje lendário concerto de 30 de janeiro no telhado da sede da Apple Corps no centro de Londres foi o último do grupo.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.