AFP - Fãs e críticos estão elogiando Cowboy Carter, o novo álbum imerso no espírito country de Beyoncé, um trabalho que já está subindo nas paradas após seu tão esperado lançamento, nesta sexta-feira, 29.
Trata-se de uma vasta homenagem à sua herança sulista e o segundo ato, com 27 músicas, de sua trilogia Renaissance. Uma conquista que redefine o gênero e destaca a cultura country negra.
“Ninguém confundirá este extenso set com seguir um caminho reto ou ter um momento remotamente entediante”, escreveu o crítico da revista especializada em entretenimento Variety.
“É quase como se Beyoncé estivesse observando alguns dos saltos evolutivos e contratempos que o país tem experimentado enquanto redefine suas fronteiras - como sempre a música fez - e dissesse: ‘Segure meu [champanhe] Armand de Brignac. Eu consigo fazer isso’”.
“Mas não se trata apenas do que Beyoncé pode fazer pela música country; é o que seu conceito de country pode fazer por ela, ao ampliar seu império musical e até mesmo seu já bem esculpido senso de si mesma. É muita coisa”, acrescenta a publicação.
É cedo demais para dizer até onde Cowboy Carter e sua extensa lista de canções chegarão, mas é certo que o álbum tem um enorme potencial comercial.
A artista de 42 anos, nascida em Houston, no Texas, foi pioneira nos lançamentos surpresa de álbuns pela internet, mas para os dois primeiros atos da Renaissance, recorreu a uma estratégia de marketing mais tradicional, com promoções planejadas e edições físicas luxuosas à venda.
Sua ode à dança em Renaissance a levou ao topo da Billboard quando foi lançada em 2022, e Cowboy Carter parece estar pronto para repetir o feito. Isso sem contar uma turnê de sucesso como a do primeiro ato.
Um mosaico de estrelas
Cowboy Carter é um exemplo tangível de quanto a música pode florescer quando sai das restrições empoeiradas do gênero.
Beyoncé habilmente evita os críticos - guardiões da música country de Nashville que há muito tentam promover uma ideia rígida do gênero dentro de uma dimensão esmagadoramente branca e masculina, tanto lírica quanto musicalmente.
A megaestrela guia os ouvintes ao longo da evolução do country, em uma jornada desde os sons do gênero ‘spiritual’ afro-americano e as notas de violino até suas pioneiras mulheres, como na colaboração com Linda Martell, e então projeta uma visão de futuro.
Embora dê uma lição de história, Cowboy Carter é essencialmente um manifesto que se inclina para a liberdade de se deixar levar.
Em meio ao frenesi, Beyoncé oferece retratos emocionantes sobre maternidade, celebrações ao sexo e ao amor, e até mesmo uma fantasia de assassinato por vingança.
Também selecionou um mosaico de estrelas jovens - incluindo Miley Cyrus, Post Malone e Tanner Adell - e ícones da velha guarda como Willie Nelson e Dolly Parton.
Orgulho feminino e negro
Os maiores astros aparecem como locutores de uma transmissão fictícia de rádio. Nelson diz aos ouvintes: “Agora, para a próxima canção, quero que todos se sentem, inspirem e vão a esse lugar bom, onde sua mente gosta de vagar”. Parton apresenta a versão do álbum para Jolene; e em Ya Ya, uma psicodélica mistura de soul dance, Beyoncé sampleia These Boots Are Made for Wakin, de Nancy Sinatra.
“Minha família viveu e morreu nos Estados Unidos”, diz. “Todo esse monte de vermelho e depois branco e azul/ A história não pode ser apagada”.
Em Sweet Honey Buckiin’, ela incorpora o hip-hop e o house para homenagear o primeiro ato de “Renaissance”, que celebra as origens e a evolução negra na música eletrônica.
Em poucas palavras, o álbum é épico, fresco e potencialmente revelador.
“Com este projeto infinitamente divertido, [Beyoncé] se torna uma guerreira do orgulho feminino e negro e uma queridinha do rádio. Porque ser Beyoncé significa nunca ter que fingir ser apenas uma coisa”, sentencia a Variety.
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