‘Está tudo bem ser fanático por uma banda’, diz vocalista do Dream Theater antes de shows no Brasil

O canadense James LaBrie, de 61 anos, falou com o ‘Estadão’ sobre o momento atual do grupo de metal progressivo, a relação com os fãs, suas influências e as melhores lembranças do Brasil; apresentação em São Paulo será em 15 de dezembro

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Foto: Reprodução/Dream Theater via Facebook
Entrevista comJames LaBrieVocalista do Dream Theater

O Dream Theater é daquelas bandas que você ama ou odeia. Criado em 1985, o grupo norte-americano é considerando um dos mais importantes da história do chamado ‘metal progressivo’, gênero que combina o peso do heavy metal com o virtuosismo técnico e as canções enormes do rock progressivo. Uma simbiose que desperta as mais extremas reações: o fanatismo exacerbado dos admiradores e as críticas inadequadas dos detratores.

A formação clássica do conjunto, com o baterista Mike Portnoy de volta após 14 anos, está celebrando os 40 anos de carreira com uma mega turnê mundial que chega ao Brasil neste mês e antecipa o novo álbum Parasomnia, cujo lançamento está previsto para fevereiro de 2025.

O quinteto de sucessos como Pull Me Under e Panic Attack tocou pela primeira vez em solo brasileiro no ano de 1997 e voltou várias vezes desde então. Dessa vez, os shows comemorativos vão ocorrer em cinco cidades: São Paulo, Rio, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte. Na capital paulista, a apresentação única será em 15 de dezembro, no Vibra.

Em entrevista ao Estadão, por videoconferência, o vocalista James LaBrie, canadense de 61 anos, famoso por seu impressionante alcance vocal, falou sobre o momento atual da banda, o fanatismo dos fãs, suas principais influências e adiantou detalhes do próximo trabalho inédito dos arquitetos do ‘Teatro dos Sonhos’.

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Dream Theater se apresenta em 15 de dezembro no Vibra São Paulo Foto: Reprodução/Dream Theater via Instagram

Para começar, poderia compartilhar uma experiência memorável que teve no Brasil?

Acho que é a mais recente, quando tocamos no Rock In Rio [em 2022]. Foi uma experiência incrível em um festival conhecido mundialmente. Nos divertimos muito, foi enorme, o público foi fenomenal. Todas as vezes que fomos ao Brasil, a experiência foi ótima. Estamos realmente empolgados para voltar. Os brasileiros são muito hospitaleiros, acolhedores. Há uma boa energia. E, você sabe, seu País é absolutamente lindo. Simplesmente me sinto bem quando estou no Brasil.

O Dream Theater possui uma base de fãs muito dedicada. O que faz a música de vocês ser tão fascinante a ponto de criar tamanha devoção?

Bem, nós estabelecemos uma identidade. Ao longo de muitos e muitos anos, por causa de nossas extensas turnês pelo mundo, nós simplesmente criamos uma base de fãs muito leal e agradecida ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Há uma conexão muito pessoal. E quando lançamos nossa música, estamos muito focados em garantir que ela possa ser o melhor que podemos fazer.

Acredita que o fanatismo dos fãs pode ser de alguma forma prejudicial para a banda, especialmente quando vocês estão criando material novo?

Há pessoas que às vezes levam as coisas um pouco a sério demais, sendo excessivamente críticas. E está tudo bem ser assim. Acho que no fim das contas nós criamos música porque isso faz nos sentirmos ótimos, certo? E se isso faz com que outra pessoa se sinta bem consigo mesma, esse é nosso objetivo. Mas quanto ao fanatismo, acho que você ainda pode ser fanático por uma banda e isso ser positivo. Significa que você ama absolutamente o que aquela banda representa musicalmente. E está tudo bem desde que você não deixe chegar ao ponto que isso te controle ou ameace a intenção original da música, que é ser apreciada e celebrada. Se você começar a perder essa intenção, então leva a um cenário novo que não é necessariamente bom.

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Como você mantém sua voz em boa forma dada a complexidade que a música do Dream Theater exige?

Na verdade, é engraçado você fazer essa pergunta porque estou sob um profundo regime vocal. Estou cantando todos os dias, minha voz está incrível. Está muito, muito forte. Estou tendo uma alimentação saudável, bebendo muita água, tomando minhas vitaminas, me exercitando, realmente cuidando de mim mesmo. Estou fazendo coisas que garantirão que minha voz esteja em forma top para a turnê.

Como você lida com as expectativas dos fãs ao criar material novo, considerando o legado do Dream Theater? É muita pressão?

Temos que ser honestos conosco, certo? Tem que ser o que sentimos que é certo. Então, é a conversa ou o diálogo que precisamos ter como banda. O que queremos fazer? Para onde sentimos que precisamos ir com este álbum? Musicalmente, o que queremos expressar? O que está nos inspirando? Todas essas coisas você leva em consideração, mas, antes de mais nada, precisamos ser fiéis a nós mesmos. E isso garante que você vai ter um álbum que fala por si só. Todos nós estamos muito contentes com o novo trabalho. Sentimos que foi o álbum que precisávamos fazer. É um grande álbum. Mal posso esperar até que os fãs possam ouvi-lo do começo ao fim.

E para finalizar, quais são os cantores que mais te influenciaram?

Ah, tem vários. Oh, meu Deus. Freddie Mercury (Queen), Steve Perry (Journey), Lou Gramm (Foreigner), Rob Halford (Judas Priest), Steven Tyler (Aerosmith), Ian Gillan (Deep Purple), partes que Rod Stewart costumava fazer. Até mesmo Nat King Cole com aquele canto suave, lindo, aveludado. São cantores que realmente me comoveram. Esses caras foram com quem eu cresci. Eu ficava impressionando, porque eles eram identificáveis, únicos. É o mesmo para mim. Se você ouvir minha voz, sabe que sou eu cantando.

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Dream Theater, referência no metal progressivo, volta ao Brasil para turnê dos 40 anos de carreira Foto: Reprodução/Dream Theater via Facebook

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Dream Theater - 40th Anniversary Tour

  • Data: 15 de dezembro de 2024
  • Onde: Vibra São Paulo (Av. das Nações Unidas, 17955)
  • Ingressos: clubedoingresso.com
  • Preços: R$ 850 a R$ 2 mil (apenas para Pista Gold e Pista VIP)
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