Festival Turá: Xamã comenta expectativas para o show e fala sobre carreira

O rapper carioca conversou com o 'Estadão', contou sua trajetória e como se tornou o número 1 do Brasil com hits como 'Malvadão 3'

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Foto do author Daniel Silveira

Se você frequenta redes sociais, com certeza já ouviu o hit Malvadão 3, que viralizou no TikTok no final do ano passado e criou uma tendência na rede: música com “malvadão” na letra e passinho fazendo chifrinho ao mencionar a palavra. Sendo assim, é bom estar preparado para dançar quando o rapper Xamã subir ao palco do Festival Turá neste sábado, 2, e tocar a música que já foi reproduzida mais de 184 milhões de vezes só no Spotify.

Rapper Xamã, uma das atrações do Festival Turá, que acontece neste fim de semana no Parque Ibirapuera. Foto: Guilherme Falco

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“Estou ansioso para me apresentar no Turá, sou sempre muito bem recebido em São Paulo e as expectativas são sempre as melhores possíveis. Vai ser um grande show”, destacou o artista, que também garantiu a presença das músicas dos seus álbuns e EP’s. “E claro, não vai faltar Dublê de Marido, minha atual música de trabalho'', conta.

A carreira de Xamã começou como a da maioria dos rappers, participando de batalha de rimas. Antes disso, ele usava a criatividade com as palavras para conquistar clientes em uma loja em que trabalhava. “Eu era um pouco tímido para abordar as pessoas, mas quando eu rimava elas entravam (na loja) e eu comecei a vender muito produto assim”, lembra o cantor de 32 anos. Depois de descobrir um dom, ele passou, aí sim, a participar de batalhas e concursos de rimas. Depois de vencer uma dessas e ganhar um prêmio em dinheiro, foi que entendeu que poderia se sustentar com isso. 

Daí ao estrelato não foi necessariamente um caminho fácil, apesar de parecer. Na verdade, foi um caminho de altos e baixos. Ele lembra das dificuldades que teve no início, dos “corres” para conseguir voltar para casa depois das batalhas. "Quando ganhava uma coisa, outra não, mas nunca achei que não iria conseguir”, revela.

Foi rimando que Geizon Carlos da Cruz Fernandes, nome de registro do artista, se tornou Xamã. “Eu precisava ter um apelido, todo mundo tem um numa batalha, eu gostava do Nightwolf (um personagem da franquia de jogos Mortal Kombat), mas era um nome difícil, então ficou Xamã”, conta. Um xamã é um líder religioso em comunidades indígenas, que consegue fazer consegue acessar outras dimensões e fazer contatos com seres espirituais. O rapper não faz isso tudo, mas consegue dar conta de emocionar fãs com a música, o quem, para algumas pessoas, também tem um quê divino.

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Realizando sonhos

Em 2019, cerca de três anos depois de começar a investir na música, sua sorte já estava mudando. O cantor, que já tinha lançado alguns singles - o primeiro Malvadão, inclusive - e um álbum, intitulado Pecado Capital, foi destaque do Espaço Favela do Rock in Rio naquele ano. Esse é um dos dias que o rapper diz que foram marcantes na sua trajetória na música, tal qual o dia que ganhou sua primeira batalha de rimas.

Quando soube que era bom nisso, Xamã entendeu que poderia ganhar dinheiro assim e se bancar. Então foi atrás de seu sonho. “Quando ganhei minha primeira batalha de rap, eu já imaginei ganhar o mundo”, lembra. “Sempre tive consciência de que eu era bom, que eu conseguia construir um versos da hora, tinha uma perspectiva de que iria longe”, continua.

E chegou. Xamã acumula mais de sete milhões de ouvintes mensais no Spotify, sua música Malvadão 3 foi uma das mais virais de 2021, o que a levou a figurar por semanas seguidas entre as mais tocadas do Brasil na plataforma, chegando a se tornar o artista brasileiro mais ouvido no País.

O mais engraçado é que Malvadão 3, seu maior sucesso não foi pensado para ser assim. Não era nem um single. Xamã conta que estava nos Estados Unidos e resolveu fazer o clipe de uma música durante uma viagem de carro para Las Vegas, "só para ter o registro". Chamou um amigo que trabalha com cinema no país para gravar, escolheu uma das músicas que estava guardada e fez o vídeo. Lançou como single, que caiu no gosto do povo e da internet.

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Recentemente, lançou o single Dublê de Marido, cuja capa traz uma imagem de Gretchen. A música assinada por ele e por Pedro Lotto já soma mais de cinco milhões de reproduções no Spotify.  

Sobre planos futuros, ele declara que prepara um disco novo, que ainda não tem data para ser lançado. “Eu gosto de lançar mais para o final do ano”, diz, sem dar certeza se vem aí ou não. Seus três primeiros álbuns são temáticos. O primeiro, Pecado Capital, traz músicas relacionadas aos sete pecados capitais; o segundo, O Iluminado faz referências a clássicos do cinema, a capa, inclusive é uma recriação de uma cena do filme de Stanley Kubrick. O último disco, Zodíaco, lançado em 2020, tem uma música para cada signo. O álbum conta com parcerias de peso, desde a sertaneja Marília Mendonça às cantoras Luisa Sonza e Gloria Groove.

Em setembro, Xamã sobe mais uma vez ao palco do Rock in Rio. Desta vez, o rapper estará no Sunset e vai convidar para estar com ele o grupo de rap Brô MC’s.

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