Franceses se despedem de Aznavour com lembrança às raízes armênias do cantor

“Armênios de todos os países, hoje estou pensando em vocês”, declarou o presidente — e fã — Emmanuel Macron, destacando a descendência do artista que morreu na última segunda, 1º

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Por Brian Love e Reuters
Atualização:

França disse adeus a Charles Aznavour nesta sexta-feira, 5, com uma homenagem que refletiu o status do cantor como um ícone nacional entre franceses e no país de suas origens, a ArmêniaO cantor e compositor morreu nesta semana aos 94 anos.

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O caixão de Aznavour foi levado ao pátio do museu militar Les Invalides, em Paris, onde Napoleão está enterrado, ao som marcante do instrumento de sopro duduk, de origem armênia.

“Na França, os poetas nunca morrem”, disse o presidente francês, Emmanuel Macron, em discurso emocionado diante do caixão, que foi coberto com a bandeira azul, branca e vermelha do país. Ao lado, foi colocada uma uma coroa de flores com as cores da Armênia, nação onde nasceram os pais de Aznavour.

Fã do cantor, o presidente francês Emmanuel Macron participou do funeral de Charles Aznavour Foto: Christophe Ena/EFE

Macron deve viajar à ao território armênio na semana que vem, em uma visita oficial da qual Aznavour esperava participar. “Armênios de todos os países, hoje estou pensando em vocês”, disse Macron. “Ele deveria ser um de nós na semana que vem em Erevan (capital do país), sua ausência deixará um vazio gigantesco”.

Segundo a AFP, eram mais de 2 mil pessoas reunidas desde cedo no Palais des Invalides, um complexo arquitetônico parisiense onde são realizadas as homenagens oficiais às grandes figuras francesas, como foi o caso de Simone Veil no ano passado.

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Durante o funeral, Macron abraçou e conversou com a viúva de Aznavour, Ulla, e com familiares do cantor, antes de se posicionar ao lado de líderes armênios para uma cerimônia que começou com uma versão do hino nacional armênio interpretada por uma banda militar seguida pelo hino da França.

O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pachinyan, também homenageou o artista, dizendo: “Charles Aznavour é o homem que cravou a bandeira da Armênia no teto do mundo”.

Outros políticos também estiveram presentes na cerimônia, incluindo os ex-presidentes Nicolas Sarkozy e François Hollande, além de personalidades da música francesa, como Eddy Mitchell e Mireille Mathieu.

Fãs se aglomeraram para dizer adeus ao cantor Foto: Lucas Barioulet/AFP

Ícone da música francesa. Aznavour, cujo apelo global foi intensificado por sua capacidade de cantar em mais de meia dúzia de idiomas, morreu em sua casa de campo em Mouries, um vilarejo de Alpilles, região do sul francês, na madrugada de domingo para segunda-feira.

Entre suas músicas mais conhecidas —Aznavour vendeu mais de 100 milhões de álbuns— estão Hier Encore, Après l’Amour e La Bohème. Outros verdadeiros hinos incluem She e Formidable.

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Nascido em 22 de abril de 1924 como Shahnour Varinag Aznavourian, o cantor cresceu na margem esquerda do Rio Sena, em Paris, e começou a se apresentar com nove anos de idade. Suas primeiras apresentações foram em festas armênias nas quais seu pai e irmã mais velha, Aida, cantavam enquanto ele dançava.

O artista se tornou conhecido compondo para Edith Piaf depois da Segunda Guerra Mundial, e mais tarde levou plateias ao delírio em palcos tão distantes quanto o Carnegie Hall de Nova York.

Aznavour tinha acabado de voltar de uma turnê pelo Japão e se apresentaria em 26 de outubro em Bruxelas.

Com informações da AFP

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