'Gig Nova' estreia com avalanche de improvisos e casa lotada

Com ingressos esgotados, primeira edição do projeto que valoriza a nova geração da música instrumental, criado pelo Estadão, reuniu dezessete músicos em quatro grupos (gigs) na casa de shows Tupi or not Tupi, na Vila Madalena

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Por Redação
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A plateia pedia mais, mesmo quase quatro horas de música depois do início da noite. Os músicos voltaram então ao palco, se organizaram de forma improvisada e garantiram vibração extra. Uma gig dentro da gig. Um improviso dentro de uma noite criada para mostrar alguns dos nomes mais significativos da nova cena da música instrumental de São Paulo. Dezessete instrumentistas subiram ao palco da casa Tupi or not Tupi, na Vila Madalena, entre 21h30 de sábado e 1h30 de domingo. O projeto, criado pelo Caderno 2, do Estadão, identificou músicos de origens e personalidades das mais diferentes na noite e os distribuiu, fora das suas turmas convencionais, em quatro grupos, ou gigs (expressão usada pelos instrumentistas para definir reuniões esporádicas). Assim, o som produzido em frente ao público, na casa da Vila Madalena, não foi feito antes e não será visto de novo.

Última gig. Improviso de grupo formado na hora fechou a primeira edição do evento Foto: Amanda Perobelli

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O primeiro grupo teve o violino de Ricardo Herz, o trompete de Sidmar Vieira, o piano de Leandro Cabral, o baixo de Bruno Migotto e a bateria de Edu Ribeiro. Sidmar parecia assumir uma liderança natural, com um instrumento capaz de conduzir os espíritos dos parceiros. Ao lado de Herz, criava ali uma formação ‘de duas cabeças’, com alto poder de troca entre eles. Edu Ribeiro e sua facilidade de suingar usando uma dinâmica precisa, ao lado do baixo de Migotto, fazia o ambiente rítmico.

Logo depois da chamada Gig 1, o escritor e pesquisador Zuza Homem de Mello subiu ao palco para falar sobre a noite. Agradeceu ao Estadão pela iniciativa, que teve idealização do jornalista Julio Maria e produção executiva de Debora Venturini, e parabenizou a casa pela qualidade do som. Ele também apresentou o próximo grupo: o saxofonista Cassio Ferreira, a guitarrista Luciana Romanholi, o baixista Fi Maróstica e o baterista Sergio Machado. Mais suingue na cozinha inédita de Machado, um motor rítmico transbordante, e Maróstica, com um baixo movimentado e contagiante, que suportavam os solos preciosos de Cassio. Luciana trazia sua linguagem de guitarra jazz de timbre puro, sem efeitos.

Gig brasileira: Hercules Gomes ao piano, Fabio Peron no bandolim, Vanessa Ferreira no baixo e Jackie Cunha na percussão Foto: Amanda Perobelli

O pianista Amilton Godoy, antes do início das apresentações, subiu ao palco para falar de sua experiência como músico do Zimbo Trio e professor do lendário Clam, escola pela qual já passaram três gerações. Ele também parabenizou o jornal pela iniciativa e falou da importância da valorização do instrumental. 

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Gig de força. Mestrinho (sanfona), Lupa Santiago (guitarra), Zeli (baixo) e Alex Buck (bateria) Foto: Amanda Perobelli

A Gig Três, com outra proposta, mais ligada ao Brasil de Radamés Gnatalli e Moacir Santos, teve o bandolinista Fabio Peron, o pianista Hercules Gomes, a baixista Vanessa Ferreira e a percussionista Jackie Cunha. E o quarto grupo veio com o saxofonista Mestrinho, o guitarrista Lupa Santiago, o baixista Zeli Silva e o baterista Alex Buck.

Gig grande: Ricardo Herz (violino), Sidmar Vieira (trompete), LeandroCabral(piano), Bruno Migotto (baixo) e Edu Ribeiro (bateria) Foto: Amanda Perobelli / Estadão
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