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Gojira ri das acusações de satanismo na abertura das Olimpíadas: ‘É a história da França’

Vocalista Joe Duplantier revela que objetivo da performance era mostrar a essência do metal

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Por Mariana Canhisares
Banda de metal francesa Gojira tocando na fachada do Conciergerie na cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris Foto: CazéTV/Reprodução

As performances de Lady Gaga e Céline Dion não foram as únicas que deram o que falar na abertura das Olimpíadas de Paris. Isso porque a atmosfera metaleira que a banda Gojira levou para a cerimônia dividiu opiniões nas redes: enquanto os fãs do gênero celebraram esse destaque, outros espectadores, chocados com a imagem de uma Maria Antonieta sem cabeça, atrelaram o show a satanismo.

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Mas, segundo Joe Duplantier, vocalista e guitarrista do Gojira, a apresentação “não tem nada de satânica”. “É a história da França”, afirmou à revista Rolling Stone, rindo. “É o charme da França, sabe? Pessoas decapitadas, vinho tinto e sangue por todo o lugar — é romântico, é normal.”

Duplantier ainda lembrou que na Revolução Francesa religião e Estado foram separados, e esta é “um alicerce muito importante e querido da República”. “Nós chamamos de laïcité [laicidade, em português]. É quando o Estado não é mais religioso e, portanto, está livre em termos de expressão e simbolismo. É tudo sobre história e fatos”.

Além disso, a intenção do quarteto com a performance de “Ah! Ça Ira” na fachada do Conciergerie era trazer a essência do metal. “Decidimos ir com tudo com uma bateria de bumbo duplo, gritos, rosnados e momentos épicos”, explicou. “E, para nossa surpresa, o comitê [olímpico] aceitou tudo”.

Vale lembrar que os integrantes do Gojira foram acompanhados da cantora Marina Viotti, que transformou a canção em uma ópera, e de uma orquestra com quase 300 músicos.

“É um pouco frustrante não ver o que estava acontecendo em termos de música; a Maria Antonieta e o coral que cantou ‘Ah! Ça Ira’ roubou completamente o show. Mas queria destacar os musicistas clássicos que participaram da música.”

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