AFP - O venezuelano Gustavo Dudamel vai dirigir a Orquestra Filarmónica de Nova York a partir de 2026, seguindo os passos de grandes mestres como Gustav Mahler, Arturo Toscanini ou Leonard Bernstein. O anúncio foi feito pela prestigiada instituição nesta terça-feira, 7.
Dudamel, que combinou a direção da Filarmônica de Los Angeles, desde 2009, com a direção musical da Ópera de Paris, desde 2021, e a direção da Orquestra Sinfônica Simón Bolívar da Venezuela, desde 1999, se tornará o 27º diretor musical e artístico do templo nova-iorquino, ocupado até esta temporada pelo holandês Jaap van Zweden.
“É um sonho realizado para nossos músicos, nosso público e com certeza para mim”, disse a presidente Orquestra Filarmónica de Nova York, Deborah Borda, em comunicado de boas-vindas ao “visionário” venezuelano de 42 anos, com o qual esperam escrever “um dos capítulos mais emocionantes” da história da instituição, que acaba de inaugurar um novo teatro.
“Hoje tenho a honra de ser nomeado o próximo diretor musical e artístico da Filarmônica de Nova York, somando-se a um legado que inclui grandes maestros”, diz o maestro que saiu do prestigiado Sistema Venezuelano, dois dos mais importantes programas de educação musical, mundialmente conhecido, criado pelo seu mentor José António Abreu, a quem também presta homenagem.
Assim como ele, milhares de crianças venezuelanas de classes menos favorecidas aprenderam a tocar um instrumento musical graças ao sistema de Abreu, que também levou à criação da Orquestra Juvenil Simón Bolívar, que impulsionou Dudamel ao topo do universo da música clássica.
“Cada passo que damos na terra nos leva a um mundo melhor”, acrescenta em espanhol e inglês em sua conta no Twitter, parafraseando o poeta espanhol Federico García Lorca, convencido de que “a cultura cria um mundo melhor e o sonho de que a música é um direito fundamental.
Dudamel, que conclui o seu contrato com a Filarmónica de Los Angeles na temporada 2025-2026, vai encontrar-se na sua nova casa com um grupo de músicos consagrados e dedicados, com quem já tocou 26 vezes.
“Toda vez que ele sobe ao pódio, sentimos uma conexão extraordinária com ele”, disse o trompetista Christopher Martin no comunicado.
Gustavo Dudamel fez sua estreia no que será sua nova casa em novembro de 2007, regendo obras de Dvořák e Prokofiev, bem como as primeiras apresentações da orquestra da Sinfonia India (Sinfonia nº 2) de Chávez Orquestra, desde que Bernstein regeu a obra em 1961.
No repertório nova-iorquino, interpretou desde a Sinfonia nº 5 de Mahler, até Clara, da mexicana Gabriela Ortiz, ou Os pássaros da noite, da portuguesa Andreia Pinto Correia.
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