Kanye West, o rapper que coleciona novas polêmicas e afasta fãs

Suas atitudes mais recentes, como comentários antissemitas e mensagens de supremacia branca, alienaram fãs e parceiros de negócios

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Por Maggy Donaldson

AFP - O rapper americano Kanye West é, há muito anos, uma das figuras mais polêmicas da indústria do entretenimento. Porém suas atitudes mais recentes, que incluem comentários antissemitas e mensagens de supremacia branca, alienaram até mesmo fãs e parceiros de negócios.

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Este é outro capítulo difícil para o rapper e magnata da moda que já foi aclamado como um gênio artístico, mas cuja teimosa inconformidade o fez levar a liberdade de expressão ao limite.

Durante a última Semana de Moda de Paris, West, também conhecido como Ye, usou uma camiseta com a frase “White Lives Matter” (“Vida Brancas Importam”), uma distorção do famoso slogan “Black Lives Matter”, símbolo dos protestos antirracistas de 2020 nos Estados Unidos.

O rapper Kanye West, em South Carolina, EUA, em 2020 Foto: RANDALL HILL

Poucos dias depois, suas contas no Instagram e no Twitter foram suspensas após ele postar mensagens consideradas antissemitas, que faziam referência a teorias da conspiração sobre a suposta influência da comunidade judaica.

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“Vou usar você como exemplo para mostrar às pessoas judias que te disseram que ninguém poderia me ameaçar ou influenciar”, escreveu West em uma conversa com o rapper Diddy, que criticou sua camisa.

Inúmeras celebridades denunciaram seus comentários, que incentivam o “ódio aos judeus”, de acordo com o Comitê Judaico Americano (AJC, na sigla em inglês).

Após o escândalo gerado por sua camiseta, West concedeu uma entrevista à Fox News, emissora favorita dos conservadores. Ela ficou ainda mais controversa quando a revista Vice publicou trechos inéditos em que o rapper fazia declarações ligadas a teorias da conspiração racistas.

As consequências dos comentários de West também foram sentidas em seus negócios.

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Gap e Adidas

O artista, que já tinha encerrado abruptamente sua colaboração com a Gap em setembro, viu sua associação com a Adidas questionada. A marca evocou a necessidade de “respeito mútuo e (de) valores compartilhados”, alguns dias depois da polêmica, sem mencionar diretamente o incidente.

As últimas polêmicas se somam a uma longa lista que, de pouco a pouco, ofuscam seu talento.

O rapper de 45 anos, que já se comparou, sem ironia, a Michelangelo, deslanchou em 2004 com o álbum The College Dropout, no início de uma carreira magistral em que combinou rap com elementos de soul e eletro.

Sua imprevisibilidade lhe rendeu críticas, mas sua honestidade também foi muito reconhecida. Especialmente em 2005, quando criticou a resposta do presidente George W. Bush ao devastador furacão Katrina.

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No entanto, suas declarações têm se tornado cada vez mais bombásticas e polêmicas com o passar do tempo.

Após o lançamento do álbum The Life of Pablo, em 2016, West sofreu com problemas de saúde mental - como o transtorno bipolar, sobre o qual já falou publicamente - e desapareceu da vida pública por alguns meses.

Embora no passado a imprensa tenha mostrado certa benevolência ao relembrar suas lutas com a saúde mental, a opinião pública parece mudar sua percepção.

Em um artigo do New York Times, o colunista Charles Blow chamou Ye de “narcisista viciado em atenção e elogios”. “Ele participa de sua tortura. Ele a cura e a utiliza. Uma parte talvez seja natural, mas outra parte é inventada, para reforçar a lenda.”

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