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Livro repassa trajetória do Salgueiro

Haroldo Costa conta a história da escola de samba carioca em Salgueiro ? 50 Anos de Glória

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Por Agencia Estado
Atualização:

"Salve Estácio, Salgueiro, Mangueira, Oswaldo Cruz e Matriz". É o que dizia Noel Rosa em Palpite Infeliz, ainda nos anos 30, para saudar as escolas de samba irmãs da sua Vila Isabel. A presença do Salgueiro entre as mais antigas escolas do Rio de Janeiro pode causar confusão em quem vir nas prateleiras o recém lançado livro Salgueiro ? 50 Anos de Glória, do jornalista Haroldo Costa. Como o Salgueiro pode existir há somente 50 anos e ter sido citado por Noel Rosa, que morreu em 1937? Um pouco de história do samba carioca explica tudo. Havia, no morro do Salgueiro, zona norte do Rio, três escolas de samba: Azul e Branco, Depois Eu Digo e Unidos do Salgueiro. Com três escolas, o morro nunca conseguia desbancar as grandes agremiações da época, Portela, Mangueira e Império Serrano. Os bambas do morro do Salgueiro chegavam à Praça Onze, local dos desfiles de carnaval à época, divididos. E voltavam derrotados. Foi quando o compositor Geraldo Babão unificou as escolas tendo como mote um samba de sua autoria, que dizia: "Vamos balançar a roseira/Dar um susto na Portela, no Império e na Mangueira/Se houver opinião/O Salgueiro se apresenta". Corria o ano de 1953, quando Babão e seus companheiros decretaram o fim da desunião e lançaram o Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro. Com o enredo Romaria à Bahia, no ano seguinte, a escola alcançou um terceiro lugar. Em 1959, seria vice, e em 1960, o enredo Quilombo dos Palmares deu ao Salgueiro o primeiro de seis títulos de campeão do carnaval. Este ano, a escola vai para a Sapucaí com um enredo de comemoração de seu cinqüentenário. Salgueiro, Minha Paixão, Minha Raiz ? 50 Anos de Glória vai contar a trajetória da escola. Uma curiosidade é a menção a Domingos Alves Salgueiro, o português que foi dono dos primeiros barracos do morro e acabou batizando o local. Dois descendentes de Domingos Salgueiro vivem nas redondezas da escola, são salgueirenses de coração e saem na bateria da escola. Para o autor do livro, o salgueirense Haroldo Costa, as chances da escola este ano são boas. O carnavalesco que vai comandar o Salgueiro daqui a dias é o experiente Renato Lage, que chegou a trabalhar para a escola em 1987, com o enredo E Por Que Não?. Ele diz que há muita expectativa na escola, o que se explica por uma coincidência que pode render uma dessas belas histórias de carnaval: "O Salgueiro completa 50 anos no dia 5 de março, quarta-feira de Cinzas e dia da apuração". Como diria o enredo do Salgueiro de 87, e por que não? Salgueiro ? 50 Anos de Glória Editora Record, 336 páginas, R$ 32,00.

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