Análise | Lollapalooza 2025: Com pinta de rockstar, Jão sai dos holofotes provando ter público sempre nas mãos

Em show bem ensaiado, cantor fez fãs fieis cantarem até música de 30 anos atrás; apresentação foi última antes da pausa anunciada em janeiro

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Foto do author Sabrina Legramandi
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Jão pediu para se apresentar no Lollapalooza 2025 nesta sexta-feira, 28. Desde o início da carreira, ele faz o que quer. Fala sobre o que quer, do jeito que quer. E faz com o público, tomado sempre por fãs fieis, o que quer.

Foi isso que o cantor provou em sua apresentação, a última antes da pausa anunciada em janeiro. Jão saiu de um momento especial: se tornou o primeiro artista solo brasileiro a esgotar três datas no Allianz Parque na ambiciosa Superturnê - que tinha até um cabo que lhe suspendia a 30 metros de altura.

Jão fez o público berrar a plenos pulmões no palco Samsung no Lollapalooza 2025 Foto: Júlia Pereira/Estadão

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O show desta sexta foi mais singelo pela estrutura do festival. Jão não se utilizou de grandes parafernálias (a parte mais impressionante foi quando apareceu com uma roupa pegando fogo logo ao final do show), mas provou ter seu público nas mãos independente das circunstâncias.

Foram três sinais de teatro antes do cantor entrar no palco. Entrou já com pinta de rockstar, vestindo óculos escuros e jaqueta preta. Tocou uma versão acústica de Acontece.

Encenou todas as suas fases, com o auxílio de efeitos de luz e pirotecnias que representavam da fluidez da água à sensualidade do fogo. Em cada uma delas, o público, com a Geração Z em peso para ver Olivia Rodrigo, berrava cada sílaba a plenos pulmões.

O cantor fez os fãs berrarem até Linger, música do The Cranberries, de 1993. Antes de cantá-la, Jão contou ter sonhado que, caso se tornasse um popstar, apresentaria essa música em um palco. Além disso, disse que a canção é a preferida “de alguém de quem gosta muito”.

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Jão fez no Lollapalooza seu último show antes de fazer uma pausa em sua carreira Foto: Júlia Pereira/Estadão

A plateia berrava também músicas antigas do cantor, como :( (Nota de voz 8), do álbum Anti-Herói (2019), que o artista não cantava há seis anos. “Os de verdade sabem essa”, disse pouco antes. E não é que sabiam?

A pressão de fazer o último show de sua melhor fase, porém, o atingiu. Jão se mostrava, por vezes, tenso e demorou a falar com o público - apresentou sua banda apenas antes de Alinhamento Milenar, a sexta música do show.

Mas, se a maior qualidade de Jão é seu público, é ele quem tem mérito nisso. Fazendo o que quer, o cantor mostra que cada um que se dedica a decorar letra por letra de suas músicas também pode fazer o que quer.

“O meu objetivo de vida é ser de vocês. Eu vou ficar com saudade”, disse. E encerrou com Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor, sem direito a bis.

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Análise por Sabrina Legramandi

Repórter de Cultura do Estadão

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