O palco do Lollapalooza não é, exatamente, uma novidade para o Kings of Leon. A partir deste sábado, 22, após ter tocado no Palco Budweiser do evento, a banda pode dizer que já tocou seis vezes no Brasil.
De novo, o grupo não foi confirmado com o line-up do festival. Eles chegaram como substitutos do Paramore, muito aguardado entre as atrações, mas que cancelou a apresentação em janeiro.
Muitos podem até pensar que uma coincidência na nova presença da banda pode ser, de certa forma, uma reparação. Na última vez que estiveram no Brasil, no Lolla de 2019, o Kings of Leon foi confirmado depois do anúncio do line-up – uma ação em resposta às reclamações do trio Tribalistas como atração principal de um dos dias.
À época, o grupo americano tocou no último horário do sábado. Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes cantaram na sexta, antes do Arctic Monkeys.
Agora, o Kings of Leon se apresentou exatamente no dia do único headliner brasileiro no festival. Logo após a banda, o evento recebe os Titãs, na turnê Encontro, que, inclusive, terá Arnaldo Antunes no palco.
O grupo escolheu fazer uma apresentação familiar (com o perdão do trocadilho: a banda é formada por membros da mesma família). Conhecidos por manterem um clima sóbrio e sem grandes interações, a banda fez um show engessado que chegou a confundir o público, por vezes.
Para começar, optaram por uma escolha arriscada: tocaram o último single lançado, Mustang, como a primeira do setlist. Aparentemente, não funcionou para o público, que chegou a olhar para os lados, confuso, esperando que a banda conquistasse nos primeiros acordes.
Mais uma vez, a importância da voz de Caleb Followill ficou bem às claras. Ele dá o tom e, na maioria das vezes, a qualidade para o grupo e é o responsável pelas interações. As falas, porém, foram pontuais e pareceram ensaiadas em certos momentos.
A plateia se mostrava confusa, esperando mais energia. Enquanto uns, mais fiéis, arriscavam passos de dança, outros se dividiam entre uma mistura de contemplação e tédio.
A banda engatou com Use Somebody, uma das mais aguardadas, mas parte do público começou a se dispersar para assistir aos Titãs no palco vizinho. Por sorte, a apresentação terminou no auge: com Sex On Fire e uma queima de fogos. Fez valer a pena para quem ficou.
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