Marilyn Manson nega acusações de assédio e estupro

A gravadora Loma Vista Recording cancelou seu contrato com Marilyn Manson após acusação de Evan Rachel Wood e de outras mulheres

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Por Redação
Atualização:

Acusado de assédio e estupro por várias mulheres, incluindo a atriz americana Evan Rachel Wood, o cantor Marilyn Manson negou as alegações e afirmou que as relações foram consensuais.

Marilyn Manson na Galeria Romero Brito, comEvan Rachel Wood, em 2007 Foto: Paulo Giandalia/Estadão

"Meus relacionamentos íntimos sempre foram totalmente consensuais com companheiras que pensam como eu", escreveu o músico em sua conta no Instagram. "Independentemente de como - e por quê - outras estão optando hoje por manipular o passado, esta é a verdade", completou.

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Sobre Brian Warner, seu nome verdadeiro, existia há alguns anos a suspeita de que era o agressor denunciado em 2018 por Evan Rachel Wood durante uma audiência sobre agressões sexuais no Congresso, sem revelar sua identidade.

Na mensagem publicada na segunda-feira, 1º, a atriz de filmes como Aos Treze ou Tudo Pode Dar Certo revelou que efetivamente seu agressor era o cantor. No Congresso, ela disse que foi violentada em várias ocasiões.

Evan Rachel Wood, de 33 anos, afirmou que o cantor a "manipulou psicologicamente" quando não tinha nem 20. Ela conta que depois foi submetida "a horríveis abusos durante anos".

A atriz, da série Westworld, esteve oficialmente em uma relação com Marilyn Manson por vários anos antes de ficarem noivos em 2010 e se separarem alguns meses depois.

Em 2018, Evan Rachel Wood prestou depoimento no Comitê de Assuntos Judiciais da Câmara dos Representantes, falando de sua longa e dura experiência como vítima de abusos físicos e psicológicos.

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Em sua mensagem postada na segunda, 1º, ela revelou que seu agressor, cujo nome havia se recusado a fornecer na época, é Brian Hugh Warner. No Congresso, ela alegou, entre outras coisas, que havia sido estuprada várias vezes.

Outras quatro mulheres, que afirmam ter tido uma relação afetiva com ele, acusaram o artista de manipulação, assédio, abuso e ameaças. Uma delas também menciona vários estupros. Sua relação começou em 2015.

Em poucas horas, a gravadora de Manson, Loma Vista Recordings, anunciou sua separação do artista. 

"Diante das alegações perturbadoras de Evan Rachel Wood e outras mulheres nomeando Marilyn Manson como seu abusador, a Loma Vista deixará de promover, de forma imediata, seu álbum atual", afirmou a gravadora em um comunicado. 

"Devido a esses eventos preocupantes, também decidimos não trabalhar com Marilyn Manson em projetos futuros".

Manson lançou três álbuns com a Loma Vista, o mais recente, We Are Chaos, no ano passado.

"Pulverizar" o crânio

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Marilyn Manson, 52 anos, criou uma personalidade pública com uma imagem perturbadora de inspiração gótica. Ele usa maquiagem e lentes de contato de diferentes cores e cabelos pretos.

O nome do que era originalmente uma banda, mas agora se resume à sua pessoa, é inspirado em Marilyn Monroe e Charles Manson, conhecido pelo assassinato da atriz Sharon Tate.

Seu universo musical, o "shock rock”, combina o heavy metal com uma encenação espetacular para capturar o público, mesclando imagens satânicas e góticas. Dois de seus álbuns alcançaram o primeiro lugar em vendas nos Estados Unidos.

As mulheres que fizeram seus relatos na segunda, muitas delas ex-groupies, retrataram um personagem tão sedutor quanto manipulador, capaz de prendê-las, ameaçá-las de morte ou obrigá-las a usar drogas. Várias das supostas vítimas afirmam sofrer de transtorno de estresse pós-traumático.

"Estou farta de viver com medo das represálias, das calúnias e da chantagem", escreveu Evan Rachel Wood.

Em uma entrevista ao site da revista Spin em 2009, Marilyn Manson disse que tinha "todos os dias a fantasia de pulverizar" o crânio de Wood "com um martelo".

"Minha arte e minha vida sempre atraíram a controvérsia", escreveu Manson na segunda-feira. "Mas estas afirmações são distorções horríveis da realidade.

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"Quero expor esse homem perigoso", declarou Evan Rachel Wood, "e bradar contra as muitas indústrias que permitem que ele faça isso, antes que ele destrua mais vidas".

"Apoio Evan Rachel Wood e as outras mulheres corajosas que deram um passo à frente", comentou a atriz Rose McGowan, ex-companheira de Marilyn Manson no início dos anos 2000.

McGowan foi uma das primeiras mulheres a denunciar o produtor de cinema Harvey Weinstein, com participação no movimento #MeToo.

"Vamos deixar que a verdade apareça", escreveu no Twitter. "Deixemos que a cura comece".

Marilyn Manson não enfrenta até o momento nenhum processo penal.

Em setembro, Dan Cleary, um ex-funcionário de Manson, afirmou ter visto o cantor "destroçar" Evan Rachel Wood durante as semanas em que a atriz o acompanhou em turnê, em 2007 e 2008.

"Ele é um músico brilhante, um homem incrivelmente inteligente e engraçado", escreveu ele no Twitter, "mas também é um viciado em drogas e capaz de abusos psicológicos e físicos".

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