Os cantores Marina Sena, Jão e Luísa Sonza se apresentaram no The Town, festival que se encerrou em São Paulo neste domingo, 10, mas aproveitaram a ampla repercussão para reclamar sobre críticas. Luísa fez um show para promover o último álbum, Escândalo Íntimo, no primeiro final de semana do evento, enquanto Jão levou o recém-lançado Super e Marina cantou Gal Costa no último dia.
Os três shows foram bastante elogiados nas redes e na imprensa, em geral. O Estadão, por exemplo, incluiu Jão e Luísa na lista dos 10 melhores do evento - o de Marina não entrou na lista de melhores, nem o de piores. Mesmo assim, os artistas se incomodaram com as críticas que apareceram.
As críticas pesaram mais para Marina, que fez um show de uma hora para abrir a data. Marina usou seu perfil no Twitter para comentar a repercussão nesta segunda-feira, 11. Ela reafirmou sua inspiração na cantora, mas negou que queira ser “a nova Gal”. “Só quero que todos saibam de onde vem o pulso inicial desse movimento do corpo, da alma, do espírito, que Gal possibilitou eu e tantas pessoas de sentir. Eu sou uma das tantas filhas de Gal desse País”, escreveu.
A cantora também enalteceu sua própria trajetória artística. “Não tenho sobrenome, não tinha dinheiro, influência, não tinha absolutamente nada. Não havia nenhum motivo para eu estar aqui a não ser minha própria coragem, dedicação, autenticidade e talento. Vocês que se mordam”, criticou.
Luísa também usou a conta na rede nesta segunda, mas focou mais em falar sobre ataques aos colegas. No dia 3, o Estadão exaltou a performance dela no festival, dizendo que a apresentação poderia ter sido escolhida para encerrar um dos dias do evento. Leia a crítica aqui.
Em uma das publicações, a cantora elogiou a técnica vocal de Marina Sena. “Marina Sena, um dos maiores vocais e nomes da nova música brasileira, mas vocês estão muito emburrecidos para essa conversa”, disse.
Sobre o show de Marina, o Estadão fez uma crítica elogiando o esforço da artista em elogiar Gal, que morreu em novembro, mas frisando a dificuldade em cantar algumas músicas.
“Uma hora cantando apenas canções de Gal foi muito na voz de Marina, a que pese a intenção da homenagem, sempre bem-vinda”, disse a crítica. Leia a matéria completa aqui.
Parte das críticas que atingiram os artistas após a participação no The Town envolveram nomes consagrados da MPB. Nas redes sociais, internautas passaram a comparar Jão a Cazuza, Luísa a Rita Lee e Marina a Gal Costa, o que desencadeou em debates sobre supostas ‘substituições’.
Em tuítes seguintes, a artista falou de uma “nova geração de novos grandes nomes da música brasileira” e citou outros nomes, como Pabllo Vittar, Iza, Ludmilla, Anitta e Gloria Groove. “A música brasileira está viva, está diversificada, está com referência, está f***. Vocês não admitirem isso, por enquanto, não vai impedir todos nós de fazermos história”, escreveu.
Jão citou as críticas no próprio domingo, durante sua performance do álbum recém-lançado. O Estadão, após fazer uma crítica negativa do álbum, elogiou a conexão do cantor com os fãs no show, mas citou uma saída precoce do público, estimulada pela busca por um lugar para ver Bruno Mars. Leia a crítica aqui.
Ele citou ‘ataques’ que recebeu em “momentos mais alegres da vida”, dizendo que prefere “responder com seu trabalho”. “Muitas pessoas à minha volta me perguntam, falam, você precisa se defender, precisa falar alguma coisa. Prefiro responder com meu trabalho, com os shows, com os estádios esgotados e com a nossa conexão”, disse ao final do show.
Lista de melhores e piores shows do The Town
O Estadão fez uma lista com os piores e melhores shows do festival na capital paulista. Jão e Luísa Sonza chegaram a ser classificados na lista de melhores, ocupando o 9º e o 10º lugar, respectivamente.
Apesar das ressalvas do jornal aos vocais de Marina Sena, a cantora não apareceu em nenhuma das duas listas. Veja o balanço completo aqui.
*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais
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