Metropolitan Opera de NY abre temporada pós-covid com sua primeira obra de um compositor negro

'Fire Shut Up In My Bones', de Terence Blanchard, que foi o principal compositor de Spike Lee, fica em cartaz até 23 de outubro

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Por Maggy Donaldson
Atualização:
'Fire Shut Up In My Bones' é a primeira ópera de um compositor negro a estrear no Metropolitan Foto: Met Opera/EFE

Depois de um ano e meio fechada devido à pandemia de covid-19 e meses de disputas trabalhistas com músicos e funcionários, o Metropolitan Opera reabre a temporada nesta segunda-feira, 27, pela primeira vez na história, com a obra de um compositor negro

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O templo da ópera apresenta Fire Shut Up In My Bones de Terence Blanchard, trompetista de jazz que foi o compositor principal do diretor de cinema Spike Lee por três décadas. 

Quando sua apresentação foi anunciada pela primeira vez em 2019, ninguém imaginava que Fire um dia chegaria a Manhattan. Mas os protestos do movimento Black Lives Matter no verão de 2020 deram ao projeto uma nova importância. 

A peça de um compositor negro nunca havia sido apresentada nos 138 anos do Metropolitan Opera e a reabertura do Met com a obra de Blanchard é uma declaração de intenções. 

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A descoberta "está além de mim", disse à AFP o vencedor do Grammy e indicado ao Oscar quando o Met anunciou que produziria Fire.

'Fire Shut Up In My Bones' foi transmitida ao vivo para uma atenta plateia na Times Square Foto: Peter Foley/EFE

"Diz muito sobre o que está acontecendo em nosso país; o que está acontecendo no mundo da arte ... e a mensagem que isso envia", acrescentou Blanchard. 

Fire, que estreou em St. Louis, Missouri, é sua segunda ópera. É baseada nas memórias contundentes de Charles Blow, um colunista do The New York Times, enquanto passava da infância para a vida adulta no sul dos Estados Unidos, onde descobriu a sexualidade e também o racismo e abusos. 

Blanchard, de 59 anos, é um showman: formou uma banda marcial que tocou para dezenas de filmes e trabalhou com artistas como Herbie Hancock, Dr. John e Stevie Wonder.

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As 3.800 poltronas do Met estão sendo liberadas após meses de acirradas disputas trabalhistas que ameaçavam inviabilizar o primeiro espetáculo da casa. 

Plateia volta ao Metropolitan depois da pandemia de coronavírus Foto: Jonathan Tichler/Metropolitan Opera via AP

No final de agosto, a orquestra fechou um acordo com a direção, que inclui redução de salários para os músicos com a promessa de que serão reajustados quando a renda atingir 90% do valor da pré-pandemia.

 Todos os participantes, assim como os funcionários e membros da orquestra e do coro, devem apresentar a carteira de vacinação contra covid-19 na temporada 2021-22. 

O restante da temporada do Metropolitan Opera apresentará obras de Verdi, Mozart, Wagner, Stravinsky e Puccini.

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A apresentação de Fire vai até 23 de outubro. 

"Tenho a sensação de que será um ponto de virada e não porque se trata de mim", disse Blanchard à AFP sobre este desempenho histórico. "Simplesmente porque é o que é".

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