O Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurou um inquérito civil para apurar denúncia de racismo religioso contra a cantora Claudia Leitte.
No último sábado, 14, ela se apresentou, no Candyall Guetho Square, em Salvador, reaberto por Carlinhos Brown recentemente para celebrar os 40 anos da Axé Music.
Na apresentação, Claudia Leitte cantou a música Caranguejo e trocou a palavra Iemanjá por Yeshua, que, em algumas religiões cristãs é considerado o nome original de Jesus. Evangélica desde 2014, Claudia cantou “Eu canto meu Rei Yeshua” no lugar de “Saudando a rainha Iemanjá”.
A denúncia foi feita pela yalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) e será analisada pela promotora Lívia Sant’Anna Vaz.
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O Estadão teve acesso à denúncia. O Idafro e a yalorixá argumentam que essa alteração descontextualiza a música e demonstra desprezo e hostilidade por religiões afro-brasileiras, configurando discriminação.
Eles ressaltam que a Festa de Iemanjá, retratada na música, e a própria figura da Orixá são patrimônios culturais protegidos por lei, e que a ação da cantora pode ser considerada um ataque a esses bens.
Ao Estadão, o advogado Hédio Silva Jr., do Idafro, disse que ingressa ainda nesta quinta-feira, 19, com uma interpelação criminal que vai ser feita em nome da mãe Jaciara.
Em nota enviada ao portal iBahia, o MP-BA confirmou que abriu inquérito civil para apurar os fatos noticiados.
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De acordo com a nota, o que o MP-BA vai investigar é se houve racismo religioso “consistente na violação de bem cultural e de direitos das comunidades religiosas de matriz africana, sem prejuízo de eventual responsabilização criminal”.
O Estadão enviou e-mail à assessoria de imprensa de Claudia Leitte e aguarda posicionamento.
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