‘Não estou morta’: Céline Dion dá lição de resiliência em novo documentário no streaming

‘I Am: Céline Dion’ conta fatos da carreira e aborda sua condição neurológica que a afastou dos palcos nos últimos tempos

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Por AFP
Cena de Céline Dion, para o documentário 'I am: Céline Dion', disponível na Prime Vídeo Foto: Amazon Mgm Studios/Amazon MGM Studios

NOVA YORK - Céline Dion assegura que sua “paixão como artista nunca vai desaparecer”, apesar de seus problemas de saúde, que, segundo ela, são apenas uma pequena parte de sua história monumental.

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“Eu não estou morta”, declarou a cantora à AFP na última semana, antes da estreia do emocionante, mas também alegre documentário I Am: Céline Dion (Eu Sou: Céline Dion, em português). O filme foca em sua brilhante carreira e nos problemas mais recentes derivados de uma rara doença neurológica que a obrigou a se afastar dos palcos.

Para a artista canadense, a decisão de falar sobre sua doença no documentário é ao mesmo tempo “o maior presente e a maior responsabilidade” e ela espera inspirar pessoas em situações semelhantes.

Cantora Céline Dion atendeu premiação de seu novo documentário, "I Am: Celine Dion", em Nova York Foto: Cindy Ord/AFP

“É difícil estar aqui”, admitiu para a imprensa, embora “ao mesmo tempo, estou muito comovida”, disse em seu francês nativo. “Sinto que ainda tenho muito apoio e muito amor, e espero que este documentário ajude, porque ele me ajudou muito”, disse, agradecendo a familiares, equipe médica e fãs pelo apoio nesta “luta eterna” e diária.

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Carreira suspensa

A artista de 56 anos, conhecida por sucessos como My Heart Will Go On, da trilha sonora de Titanic, revelou em dezembro de 2022 que foi diagnosticada com síndrome de pessoa rígida (SPR), um distúrbio autoimune progressivo sem cura que a obrigou a cancelar indefinidamente suas apresentações.

O tratamento ajuda a aliviar os sintomas dessa doença, que pode causar rigidez muscular no dorso, braços e pernas, além de espasmos graves que podem fazer com que perca a voz de forma incontrolável.

Irene Taylor, diretora do filme, disse à AFP que o único pedido de Dion foi poder contar sua própria história, com suas próprias palavras. “Foi como música para os meus ouvidos de contadora de histórias”, disse Taylor. “Ela se abriu e foi muito autêntica”, tanto “em sua alegria quanto em seu sofrimento”, relatou a diretora.

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Carta de amor

Mas o filme também documenta a gravidade da dor de Dion, incluindo uma longa sequência que mostra, com detalhes angustiantes, a cantora sofrendo um ataque. A cena, na qual ela aparece imóvel e incapaz de falar, levou muitos espectadores às lágrimas.

Apesar das cenas tristes, o fio condutor do documentário não é tanto sua doença, mas sim seu amor pela família, amigos e música. A cantora está visivelmente perturbada pela perda de sua voz privilegiada, mas é sua alegria de viver e seu inabalável senso de humor que brilham no filme.

O documentário sobre Dion, que vendeu mais de 250 milhões de álbuns ao longo de sua carreira, estará disponível em todo o mundo em 25 de junho no Prime Video.

No início deste ano, Céline fez uma aparição surpresa no Grammy para apresentar o prêmio de Álbum do Ano, concedido a Taylor Swift, em uma das raras aparições públicas após revelar que sofria de SPR. Antes da exibição, diante de uma sala lotada em Manhattan, Dion se comparou a uma macieira, uma metáfora que também usa no filme: sempre sentiu que precisava produzir frutos brilhantes para os fãs, que estavam dispostos a pagar grandes quantias para vê-la.

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Dion se emocionou ao descrever o recente comentário de uma admiradora, que lhe disse em uma mensagem: “Não estamos aqui pelas maçãs... estamos aqui pela árvore”. “Este filme é minha carta de amor para cada um de vocês”, disse em meio a uma grande ovação. “E espero voltar a ver todos vocês muito em breve”.

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