Opinião | O melhor de Alanis Morissette no Lollapalooza é que ela continua sendo ela mesma

Ícone dos anos 1990, cantora segurou o público que não fez a tradicional debandada nas últimas músicas em busca da próxima atração, Shawn Mendes

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Foto do author Danilo Casaletti
Atualização:

Era de se esperar que Alanis Morissette fizesse um show grandioso neste segundo dia de Lollapalooza Brasil 2025. Aos 50 anos, a cantora e compositora canadense é estrela que nasceu quando, em 1995, colocou Jagged Little Pill, seu terceiro álbum, no mercado internacional. Virou estrela imediatamente.

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Depois de trazer o show comemorativo deste álbum para o Brasil, em 2023, Alanis voltou agora e fez no Lolla um show para um público nostálgico de boas canções pop, como as que se faziam nos anos 1990.

Alanis, vale lembrar, sofreu críticas por carregar nas tintas de suas canções. Foi chamada de “raivosa” por muitos. O mega hit You Oughta Know, alocado no fim do setlist, é sobre isso, não?

Alanis Morissette entrega show poderoso e nostálgico no Lollapalooza Brasil  Foto: Reprodução/Multishow

Mas se Alanis não tivesse caminhado, Olivia Rodrigo, estrela do primeiro dia do Lolla Brasil, talvez não pudesse correr agora, com o mesmo propósito, em suas canções.

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Em meio a tantos artistas pop tomando a cena, Alanis merece estar no palco do Lolla. E faz jus a isso, mesmo que não ocupe a imensa boca de cena, como as mesmas estripulias do pop stars da atualidade.

A voz de Alanis Morissette

Seu grande trunfo é a voz. E um sem número de grandes canções, como Hand in My Pocket e Right Through You, com as quais ela abriu a apresentação.

Ela se apresenta acompanhada por dois guitarristas, baixista, baterista e tecladista. Em algumas faixas, toca gaita, violão ou guitarra.

Acerta em cheio ao alinhar no setlist hits como Head Over Feet e You Learn. Foi o momento de maior adesão da plateia antes de You Oughta Know.

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Em Rest, o show ganha um set acústico e mais intimista. Os músicos chegam mais para perto da cantora. A plateia, infelizmente, barulhenta e acostumada com muito barulho no palco, se sobressai. O mesmo ocorre na triste e bela Mary Jane.

O show subiu a temperatura novamente com Ironic e Not the Doctor até culminar em You Oughta Nnow.

Ao deixar Uninvited e Thank U para o fim – isso, é verdade, não foi exclusivamente no show do Lolla -, Alanis evitou a tradicional debandada de público em busca da próxima atração, em outro palco, distante a 10 minutos de caminhada. No caso, o astro Shawn Mendes, o outro headliner do dia.

O melhor de Alanis é que o tempo naturalmente passou e ela, sua música, seus cabelos e sua veia post – grunge continuam os mesmos. Ainda bem.

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Opinião por Danilo Casaletti

Repórter de Cultura do Estadão

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