Organizadores da rave atacada pelo Hamas são gêmeos; um morreu e o outro está desaparecido

Família procura por Michael Vaknin após enterro de Osher, ocorrido na terça-feira

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Por AFP

Os gêmeos Osher e Michael Vaknin, de 30 anos, organizaram juntos o festival de música que foi alvo do ataque do grupo terrorista Hamas no último sábado, 7, no sul de Israel. Osher foi enterrado na terça, 10, em Jerusalém, enquanto Michael segue desaparecido.

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Na sala de estar da família, em Jerusalém, o “shiva”, os tradicionais sete dias de luto e rituais judaicos, começou com dor e angústia. Eles esperam um primeiro sinal de vida de Michael, que pode ter sido feito refém pelos terroristas.

“Ele vai voltar para casa. E espero que não tenha sido sequestrado”, diz a irmã dos gêmeos, Ausa Meir, 32, horas depois do funeral. Caso contrário, perdê-lo “nos matará”.

Os gêmeos Osher e Michael Vaknin Foto: Instagram/ @vaknin.osher/ @michael__vaknin

Osher morreu “ao proteger um amigo das balas, por um irmão”, explica Ausa, mãe de três filhos. Seu marido, reservista do Exército, foi convocado para o front na manhã de sábado — assim como milhares de homens.

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No sábado, muitos jovens compareceram ao festival nas proximidades do kibutz de Reim, no sul de Israel, perto da fronteira com a Faixa de Gaza. A rave virou um massacre quando mil terroristas do Hamas lançaram uma ofensiva contra Israel, ao passarem pela fronteira por meio de automóveis, barcos e até parapente.

Pelo menos 250 pessoas morreram no incidente, segundo a ONG Zaka. Outras foram levadas para a Faixa de Gaza como reféns.

“Carne humana”

As imagens aéreas obtidas pela AFP mostram dezenas de automóveis queimados ao lado de uma estrada que levava ao local do festival.

“Fui procurar meu marido no lugar do incidente na segunda-feira [9], pensei que estivesse vivo. Havia sangue por toda parte, só sangue e carne humana. Estava em choque... Como vou dizer para minha filha de um ano e meio que seu pai está morto?”, disse Sunny Vaknin, viúva de Osher.

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Durante o funeral, um grupo de jovens — alguns sobreviventes do ataque — tentou consolar a família, torcendo para que Michael ainda esteja vivo. “Não encontramos nenhum rastro do seu DNA”, afirma Sunny, que tem esperança de encontrar o cunhado.

Sobreviventes

Cerca de 150 pessoas foram feitas reféns pelo Hamas e levadas para Gaza. Suas identidades ainda não são conhecidas ou totalmente públicas, assim como os canais de negociação a seu respeito.

“Pensamos que tinham sido sequestrados”, explica Ausa Meir, que se recusa terminantemente a pensar que os seus dois irmãos tenham sofrido o mesmo destino. Osher e Michael Vaknin organizavam festas em todo o país, entre elas “a maior festa rave de Israel”, garante um amigo.

Devido ao trauma, alguns dos jovens que sobreviveram ao ataque se recusam a falar sobre o que aconteceu.

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Na sinagoga perto de sua casa, a mãe dos dois irmãos recebe os visitantes que vieram apoiá-la. Sentada em um banquinho baixo, marcado pela tradição judaica do luto, ela reza pelo retorno do filho Michael, que talvez ainda não saiba que perdeu o irmão gêmeo. /AFP

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