Preta Gil está lançando sua autobiografia Preta Gil: Os primeiros 50, em celebração pelo seu meio século de vida. A filha de Gilberto Gil com Drão, a primeira esposa do cantor e compositor baiano, recebeu fãs e amigos em uma noite de autógrafos na Livraria da Vila na Alameda Lorena, no bairro do Jardins.
No livro, todas as principais memórias da artista, filha de uma família repleta deles. “As coisas mais pulsantes em mim, minha primeira infância, a atmosfera em que fui criada em Salvador, no bairro do Stiep, os irmãos, afilhados da minha mãe, a música, a arte, os boás que minha madrinha me dava, o lúdico que sempre foi muito incentivado em mim”, rememora.
Preta também diz ter inserido no livro a grande transformação que sua vida passou ainda na adolescência, quando, nos anos 1980, se mudou para o Rio de Janeiro. “Muitas coisas novas, saí diretamente para a Zona Sul do Rio, no caos de Ipanema, outra realidade. Isso tudo foi, obviamente, um choque, mas um choque positivo”, conta.
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Em seus cinquenta anos, Preta também pode celebrar o fato de ter se tornado referência em superação - a cantora enfrentou um câncer, do qual se curou, depois de enfrentar uma separação conturbada - e também exemplo de autoestima.
Quando se lançou como cantora, a artista virou notícia ao posar sem roupa no encarte do disco, que também chamou a atenção da crítica. Depois de 21 anos, ela continua a fazer a diferença assumindo os fios brancos na cabeça. “Eu amo. Não tapo eles”, afirma categoricamente. “A sociedade impõe muitas regras e muitos padrões para limitar e criar na gente certos medos limitadores que colaboram com essa sociedade que quer controlar a gente”, diz. “Eu não sou essa pessoa, quero ser livre para ser quem eu sou, para viver e envelhecer. Não posso ir contra a natureza”, explica.
Ela conta que deixou de tingir os cabelos durante a pandemia e que, depois, resolveu apenas fazer luzes nas madeixas. “Faço porque gosto, porque sou vaidosa, porque fica bonito e os brancos também ficam lindos. E não quero esconder o meu envelhecer, a minha maturidade, ao contrário, quero vivenciar para não me frustrar, porque é muito triste ver tanta mulher com problemas de aceitação porque não sabe envelhecer, ainda mais no mundo de hoje com internet, com filtro, é uma loucura. Quero ser eu mesma em qualquer ambiente, seja ele digital, seja ele analógico”, brinca.
Sendo uma mostra de vitalidade e disposição, a artista expressa seus desejos de ter a mesma energia que viveu os primeiros 50 anos de sua vida nos próximos 50. “Desejo esse, continuar com esse tesão pela vida, esse brilho nos olhos, essa vontade de viver, de me jogar, de ser feliz, de superar outras problemáticas”, comenta. “Sou uma pessoa que chega aqui zero traumatizada com o que viveu, tudo serviu de lição pra mim, pra poder valorizar ainda mais esses próximos cinquenta. Tô cheia de gás, de ideias, de assuntos, e bora pra mais cinquenta que só tá começando”, comemora.
Flor Gil marcou presença
A cantora Flor Gil, filha da apresentadora Bela Gil, esteve presente no lançamento. A sobrinha da anfitriã da noite falou sobre as memórias que criou com a tia e ao lado da família.
Artista como a tia, ela disse sempre ter boas lembranças dos momentos compartilhados durante as viagens de trabalho. “Acompanhá-la nos shows e em viagens, e de estar perto, ir atrás dela em todos os lugares, me divirto muito fazendo isso. E ela sempre me puxa para o lado dela e para todos os lugares que ela vai”, conta a cantora, que acaba de lançar o single Choro Rosa em colaboração com a artista portuguesa Maro. Além disso, a artista promete o lançamento de mais dois singles e de um álbum ainda este ano.
A compositora, mais uma na família Gil também revela que a relação com a tia passa por receber inúmeros conselhos. “É muito bom poder dividir e aprender também com ela, a gente aprende e ensina muito uma a outra”, finaliza.
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