‘Quem diabos é Avenged Sevenfold e por que eles estão liderando o Rock In Rio?’, vocalista questiona

Em entrevista ao ‘Estadão’, o cantor da banda de heavy metal fala sobre a participação no festival carioca, suas influências e a relação com o game ‘Call of Duty’

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Atualização:

O Avenged Sevenfold terá uma missão difícil neste domingo, 15: encabeçar a única noite dedicada ao rock no festival Rock In Rio – por mais incongruente que isso pareça.

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Fato é que o gênero não carrega a mesma popularidade dos anos 80 ou 90. Dentre os headliners do Rock in Rio 2024, há clara tendência ao pop de Katy Perry, Imagine Dragons, Ed Sheeran e Shawn Mendes; e ao rap de Travis Scott. Há também o ‘Dia Brasil’, com diversas atrações nacionais.

Logo, o 3º dia do festival será a única amostra destinada aos roqueiros, surpresos pela escolha da atração principal. A jovem banda de heavy metal, formada em 1999, lidera um line-up formado por Barão Vermelho, Planet Hemp + Pitty, Incubus e Evanescense, além das lendas Deep Purple e Journey – “Nunca ouvi falar dessas bandas. Espero que elas tenham uma boa carreira algum dia”, brinca o sarcástico vocalista M. Shadows (Matthew Sanders), ao Estadão, por videoconferência.

“Deep Purple é tipo o primeiro riff que todo mundo aprende na guitarra [de Smoke On The Water]. E o Journey tem algumas das maiores músicas já gravadas [como Don’t Stop Believin’]. Então, o respeito por eles é imenso. E também pelo Evanescence, porque Amy Lee é uma potência. Se eu fosse olhar isso como um cara do rock clássico do início dos anos 90, 80 ou 70, eu diria: quem diabos é Avenged Sevenfold e por que eles estão liderando isso?”, confessa o cantor de 43 anos.

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A banda Avenged Sevenfold se apresenta no palco Mundo, sétimo e último dia do Rock In Rio 2013 Foto: Wilton Junior/Estadão

Apesar da pouca bagagem em comparação aos colegas veteranos, o Avenged tem uma base de fãs sólida e fervorosa. O grupo já se apresentou no RIR em 2013, mas agora retorna impulsionado pelas performances grandiosas e o álbum mais recente, Life Is But a Dream... (2023).

“Sinceramente, eu só me sinto grato. Eu tinha o álbum ao vivo do Iron Maiden no Rock in Rio quando era criança, tocava aquilo repetidamente e olhava as fotos da multidão. Para mim, é como um momento de círculo completo, receber a ligação, não apenas para tocar no Rock in Rio, mas para ser a principal atração, é uma enorme honra. Há muito poucos shows que de alguma forma permeiam a cultura dos EUA. E o Rock in Rio é um desses que todo mundo sabe o que é, mesmo que nunca tenham ido para ver”, afirma.

A sonoridade dos californianos é complexa: mistura elementos de country, metal progressivo, funk e música eletrônica. Em termos vocais, Shadows cita uma variada gama de influências: Axl Rose, Dave Mustaine, James Hetfield, Bruce Dickinson e até Stevie Wonder.

“Tentamos rejeitar completamente nosso som a cada novo disco que fazemos. Mas, mesmo quando estamos indo para o campo inexplorado, nossa escolha de notas e o nosso gosto vai sempre nos trazer de volta a um som. Sempre há um fio comum, não importa o quanto tentemos nos afastar dele. Acho que é a maneira de tocar do Syn [Synyster Gates, guitarrista]. É o que nos dá nossa identidade. Odiamos quando alguém pensa que pode dizer: ‘Vou fazer uma música que soa como Avenged Sevenfold’. Isso me deixa louco”, revela.

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Dos palcos para os videogames

Shadows é aficionado pela franquia de jogos de tiro Call of Duty. Ele ficou amigo dos desenvolvedores da série, para qual o Avenged Sevenfold criou quatro músicas originais. Além disso, também forneceu narração e captura de movimentos para participações especiais no game.

“Isso é outro sonho realizado. Tive a sorte de ser apresentado a Mark Lamia [líder da Treyarch, responsável pelo jogo]. Ele é um grande fã de rock e, assim que entendeu o quanto de nuance e profundidade eu conhecia sobre Call of Duty, nos convidou para fazer algumas músicas. Nós nunca tínhamos feito algo assim. Na verdade, tínhamos uma regra de que nunca faríamos, mas para esta situação em particular nós fizemos. Isso levou a uma relação frutífera onde ele acabou nos colocando no jogo, fazendo um show no final de Call of Duty: Black Ops II. Foi incrível″, comenta.

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