Rock In Rio 2024: Journey supera rixas internas e prova seu valor para além dos EUA com show notável

Grupo americano, dono do monumental hit ‘Don’t Stop Believin’', fez boa apresentação no terceiro dia do festival, o único dedicado ao gênero que batiza o evento

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Por Redação
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Há um punhado de bandas que são gigantescas nos EUA, mas carecem de popularidade fora da Terra do Tio Sam. O Journey é uma delas, junto com Eagles e Foreigner, por exemplo. Mas é claro que todo mundo conhece ao menos um hit desses artistas.

No caso da atração que se apresentou neste domingo, 15, no Palco Mundo do Rock In Rio, o hino Don’t Stop Believin’ ultrapassou fronteiras e tornou-se uma das maiores canções de todos os tempos (no topo de uma lista da revista Forbes, inclusive). Logo, 99,9% das pessoas que estavam na Cidade do Rock esperavam pela exibição desta faixa – guardada para o final do show que durou 56 minutos.

Show da banda Journey, no Palco Mundo, no Rock in Rio 2024, na zona oeste do Rio de Janeiro Foto: Pedro Kirilos

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Demora que fatalmente deixou o público morno durante a maior parte da apresentação. Por mais que sucessos como Be Good To Yourself; Lovin’, Touchin’, Squeezin’; Faithfully; Lights ou Separate Ways fossem interpretados com brilhantismo e grandiosidade, o clima fora do palco parecia contemplativo, com exceção dos poucos fãs devotos presentes.

Já o clima dentro do palco era protocolar, apesar do virtuosismo técnico. Isso porque o Journey tem uma rixa interna entre os dois membros fundadores: o tecladista Jonathan Cain, vestido com a camisa da seleção brasileira, e o guitarrista Neal Schon. Ambos se processaram recentemente por causa de um cartão de crédito.

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Em uma ação de setembro de 2022, Schon acusou Cain de lhe impedir de acessar os dados do cartão de crédito da banda. O tecladista negou e acusou o guitarrista de gastar indevidamente o dinheiro do grupo. O caso ganhou uma solução em agosto deste ano, quando a Justiça nomeou um terceiro diretor para administrar a empresa de turnês do Journey, o que possibilitou novas excursões.

Também em 2022, Cain causou conflito ao tocar Don’t Stop Believin’ num evento com a presença de políticos republicanos, incluindo Donald Trump. A decisão incomodou Schon, que notificou o parceiro musical judicialmente.

O vocalista Arnel Pineda, substituto de Steve Perry no Journey, canta no Rock In Rio 2024 Foto: Pedro Kirilos

Como se isso não bastasse, há o fator Steve Perry, emblemático vocalista que deixou o grupo em 1998 por desavenças com os demais integrantes. Em setembro de 2022, ele processou Schon e Cain e os acusou de terem cometido “fraude em um escritório de marcas registradas” da banda. No início de 2023, porém, o cantor recuou e retirou o processo contra os ex-colegas.

Tretas à parte e ancorado pelo carisma do filipino Arnel Pineda (que faz jus aos agudos eternizados por Perry), o Journey segue na ativa, tendo lançado em 2022 o disco de inéditas Freedom, e feito turnês com frequência.

Pineda compensou a atmosfera estranha dos colegas com simpatia e driblando problemas técnicos. Em determinado momento, se preocupou com a qualidade do som que estava sendo amplificado e, depois, se enrolou numa bandeira brasileira que continha o emblema do Cruzeiro.

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O show no RIR foi apenas a segunda aparição da banda no Brasil, destino haviam visitado pela primeira vez em 2011. Em entrevista ao canal do jornalista André Barcinski, o promotor de shows Paulo Baron revelou ter feito uma oferta de 180 mil dólares para o grupo americano tocasse em São Paulo, mas que foi recusada.

A exclusividade foi benéfica ao festival carioca, que agora acumula no currículo uma rara performance. E fica a torcida para que o Journey ganhe novos fãs e fique mais conhecido no Brasil.

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