Rock in Rio: o Dream Theater não é desse planeta

A qualidade técnica de músicos como o baixista John Myung e o guitarrista John Petrucci é tão avassaladora que coloca o som do grupo em um patamar acima de todos os outros

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Foto do author Julio Maria
Atualização:

Havia um risco antes mesmo que o show começasse. O Dream Theater poderia ser vítima de uma evasão de público depois da apresentação do Iron Maiden. Sim, o próprio guitarrista John Petrucci chegou a brincar com a possibilidade. Mas, mesmo depois de um longo e exaustivo show do Iron, os fãs estavam lá, e o Dream Theater fez um grande show.

James LaBrie: vocal ainda segura, mas a força está no intrumental Foto: AP Photo/Bruna Prado

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Foi a primeira vez que o grupo tocou em um Rock in Rio. O metal progressivo sempre pensado para ser monumental, com longos e trabalhados solos, foi visto desde as músicas mais conhecidas pelos fãs da banda até as mais recentes, lançadas no álbum de 2021, A View From the Top of The World. Além de Petrucci, vieram o baixista John Myung, o vocalista James LaBrie, o tecladista Jordan Rudess e o baterista Mike Mangini.

Tudo no Dream Theater é extremamente trabalhado, com muitas notas e sem nenhuma pressa de acabar. A entrada de Alien, a música de abertura, já foi um assombro. A qualidade técnica de John Myang fazendo linhas rápidas e em uníssono com Petrucci é assombrosa. Com sua bateria de mais de 30 peças, Mike Mangini teve sua vez, ao lado de Rudess, na faixa 6h00. A seguinte, Endless Sacrifice, é o que pode se chamar de uma balada no universo prog metal do Dream Theater.

É nessa hora que a pirotecnia vem do teclado, colocado em uma base que se movimenta o tempo todo nas mãos de Rudess, até que ele liberta o instrumento do pedestal e sai com ele na correia para tocar ao lado de Petrucci e de Myang. Os três solando enfileirados provoca uma apoteose indescritível.

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Bridges in the Sky é outra potência, mais dramática no vocal de LaBrie, mas com as mesmas deixas para muitos solos. O Dream Theater honrou o fechamento da noite com o show mais técnico de todos, mas um técnico cheio de razões para existir. Sua música está em algum lugar superior ao dos outros grupos.

Plateia do palco mundo na primeira noite do Rock in Rio Foto: PEDRO KIRILOS / ESTADÃO
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