No Dia Brasil do Rock In Rio neste sábado, 21, o que se via na Cidade do Rock era o público vestido de preto - parecia até que algum grupo de rock como o Metallica, por exemplo, se apresentaria por lá. Ao contrário dos dias dedicados ao Rock, ao trap e ao pop, ficava difícil identificar o que os presentes desejavam.
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O atraso de quase duas horas no show Pra Sempre Trap no Palco Mundo bagunçou a programação do festival. Os fãs de trap - a música urbana que ocupa um lugar semelhante ao que o samba já ocupou no passado- até migraram do Palco Mundo para o Sunset, mas pouco se engajaram no show que teve Zeca Pagodinho como anfitrião - na verdade, o sambista fez seu show habitual pontuado pelas participações especiais.
Zeca cantou os sucessos Vai Vadiar, Verdade e Judia de Mim. Recebeu Alcione para Sufoco. O público pouco ouviu. Nas laterais do palco era possível ver um caminhar sem fim. O som baixo, mais uma vez no Palco Sunset, onde ocorreu a apresentação, também não ajudou.
Chamou Xande de Pilares para Minha Fé e Patota de Cosme, sambas com inspiração nas religiões afro-brasileiras, foram melhores, mas, mesmo assim, o tímido coro não encobriu o falatório do público e o som eletrônico que vinha de um dos estandes de patrocinadores.
Jorge Aragão, um dos bambas do Cacique de Ramos, onde Zeca foi buscar inspiração no começo de carreira, dividiu o microfone com o pupilo em Não Sou Mais Disso.
Maria Rita entrou para cantar Casal Sem Vergonha e Alto Lá. O final, com todos no palco, foi com Coração em Desalinho e Deixa a Vida Me Levar.
Antes do show, Zeca, Aragão, Alcione, Maria Rita, Diogo Nogueira e Xande reafirmaram em conversa com a imprensa a inegável importância do samba na música popular brasileira.
Um show indubitavelmente calcado nas raízes do samba, mas bastante distante do que talvez um público tão heterogêneo que foi ao Rock in Rio neste sábado desejava assistir.
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