Roberto Medina, realizador do festival Rock in Rio, nunca escondeu o desejo de tornar o evento o mais global possível. Estender-se por outros continentes além-mar, desbravar territórios e encontrar público disposto a participar do que ele gosta de chamar de “experiência”, algo que inclui mais do que assistir aos shows sobre o palco.
Depois de promover festivais no Rio e levá-los para Lisboa e Madri, Medina se transveste como uma espécie de caubói do entretenimento e parte para explorar o Velho Oeste norte-americano. Estreia hoje, 8, a primeira edição do Rock in Rio USA, realizado em Las Vegas, no Estado de Nevada. O evento ocorre nos dois próximos fins de semana, hoje, 8, e amanhã, 9, e dias 15 e 16 de maio.
O desejo de chegar aos Estados Unidos era antigo, mas começou a ser desenhado no início de 2014, quando o Rock in Rio anunciou a venda de 50% de uma nova holding que deterá os ativos e as operações do evento de música para a produtora americana SFX Entertainment por R$ 150 milhões. Medina vendeu metade do festival para o bilionário Robert Sillerman, dono do conglomerado STF/Live Nation, maior empresa do mundo no ramo do entretenimento ao vivo, mas foi mantido como gestor do festival. A chegada da nova parceria ajudaria no suporte necessário para o “american dream”: a entrada no mercado norte-americano. A empresa compradora realiza, por exemplo, festivais de música eletrônica como Tomorrowland, Mysteryland e Sensation.
“Para ser global, tem que estar nos Estados Unidos”, conta Roberta Medina, vice-presidente do festival. Ela falou por telefone de Las Vegas, onde já está há um mês, para os últimos preparativos da nova edição do evento. “O Cirque du Soleil, primeiro parceiro do projeto, será responsável pela abertura do festival, na tarde de hoje (dia 8), em Las Vegas. A empresa também foi responsável por introduzir a MGM, gigante responsável por criar a versão norte-americana da Cidade do Rock, lá chamada de City of Rock.
A área destinada ao festival em Las Vegas, aliás, é no miolo da metrópole conhecida como Cidade do Pecado, rodeada de hotéis e dos famosos cassinos. Enquanto a Cidade do Rock no Rio é montada sobre o Parque dos Atletas, na distante Barra da Tijuca, cujo acesso é sempre difícil, a versão norte-americana coloca o evento no coração de Vegas, no trecho mais famoso da avenida Las Vegas Boulevard conhecido como Strip.
Roberta Medina conta que o desafio foi tentar mostrar ao público e a empresários norte-americanos o que a “experiência Rock in Rio” significa. “Não é um festival tradicional, como aqueles que existem por aqui”, diz ela. É nos Estados Unidos que são realizados os gigantescos Lollapalooza e Coachella, mas nada com o conceito do Rock in Rio.
O festival levará aos Estados Unidos uma estrutura similar à do Brasil, com um palco principal e um outro menor, roda-gigante, tirolesa e a Rock Street, tudo reunido num espaço de 150 mil m², semelhante ao espaço ocupado no Rio. Em vez de uma Rock Street, contudo, serão três, dedicadas às culturas brasileira, britânica e norte-americana.
Roberta explica que o público que vai a Las Vegas semanalmente, a turismo, tem um perfil de pouco planejamento. “É uma cidade de última hora. As pessoas decidem na semana que vão a Las Vegas”, explica. Vegas recebe, nos fins de semana, cerca de 300 mil turistas.
Por enquanto, o Rock in Rio USA vendeu “mais de 110 mil bilhetes”, revela Roberta, um número que, obviamente, não chega perto das 85 mil entradas por dia, esgotadas em questão de horas, da versão fluminense, que vai ser realizada em setembro deste ano, mas o número não assusta, garante ela. “Depois do primeiro fim de semana, há uma exposição maior da marca”, diz ela.
O festival já está acertado para ocorrer novamente em Las Vegas, em 2017 e 2019, e será transmitido para a China, com o objetivo de abrir novos mercados por lá. Veremos um Rock in Rio Pequim? “É algo que ainda demora, já estamos colocando um pé em território chinês. Mas falo para o Roberto (Medina) se acalmar (risos).”
Cancelamento? O cantor britânico Sam Smith, atração do dia 16 de maio, divulgou uma carta na qual cancela as futuras apresentações por conta de uma cirurgia que terá de fazer nas cordas vocais. O show no Rock in Rio estaria entre eles. A organização do festival, contudo, não se pronunciou a respeito e manteve o show no palco principal.
ATRAÇÕES:
8 de maio
Palco Principal: No Doubt, Maná, The Pretty Reckless, Smallpools, Cirque du Soleil
Palco Mercedes-Benz Evolution: Foster the People, Gary Clark Jr, Bleachers, Saints of Valory
Palco Eletrônico: AN21, Ftampa, Wax Motif, MVTH
Rock Street Brazil: Spock Frevo Orquestra, Pepeu Gomes, Leo Gandelman
Rock Street USA: DJ Druskee & MC Myron Marten, Academy of Villains, Rock in Rio Dance Crew
Rock Street UK: Stones the Beetles, Terra Celta
9 de maio
Palco Principal: Metallica, Linkin Park, Rise Against, Hollywood Undead
Palco Mercedes-Benz Evolution: Deftones, Sepultura (apresentando Steve Vai), Coheed and Cambria, Of Mice & Men
Palco Eletrônico: Caked Up, Gaslamp Killer, Felguk, Alok
Rock Street Brazil: Spock Frevo Orquestra, Pepeu Gomes, Leo Gandelman
Rock Street USA: DJ Druskee & MC Myron Marten, Academy of Villains, Rock in Rio Dance Crew
Rock Street UK: Stones the Beetles, Terra Celta
15 de maio
Palco Principal: Taylor Swift, Ed Sheeran, Echosmith, Ivete Sangalo
Palco Mercedes-Benz Evolution: Jessie J, Charli XCX, Tove Lo, James Bay
Palco Eletrônico: Whitney Fierce, Jeniluv, Valida, Heidi Lawden
Rock Street Brazil: Simoninha apresentando Toni Garrido, Marcos Valle, BossaCucaNova
Rock Street USA: DJ Druskee & MC Myron Marten, Rock in Rio Dance Crew
Rock Street UK: Stones the Beetles, Terra Celta
16 de maio
Palco Principal: Bruno Mars, Sam Smith, Empire of the Sun, Big Sean
Palco Mercedes-Benz Evolution: John Legend, Joss Stone, Magic!, Mikky Ekko
Palco Eletrônico: Behrouz, Renato Ratier, Uner, Dj Vibe
Rock Street Brazil: Simoninha apresentando Toni Garrido, Marcos Valle, BossaCucaNova
Rock Street USA: DJ Druskee & MC Myron Marten, Rock in Rio Dance Crew
Rock Street UK: Stones the Beetles, Terra Celta
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