Trama traz Ed Motta e lança o CD à la carte

Cantor e compositor prepara novo disco para o ano que vem. Gravadora também investe no Projeto Piromania, que permite ao consumidor montar seu CD

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Por Agencia Estado
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A gravadora Trama completa quatro anos com várias novidades. A principal delas é a contratação do cantor Ed Motta, que deixou a Universal. A gravadora também lança um novo portal que oferece aos visitantes um game, cujo objetivo é montar uma banda, e o projeto Piromania, que permite a compra de um CD à la carte, com faixas de discos e artistas diversos de seu casting. E ainda inaugura a Distribuidora Independente, que pretende facilitar o caminho que um CD, feito num selo pequeno, tem de percorrer para chegar às lojas. A contratação de Ed Motta é considerada pelos donos da Trama, André Szjaman e João Marcello Bôscoli, uma vitória. "Nunca pensamos que teríamos capacidade de trazer um artista como ele para a gravadora, e ainda pagando pelo ex-contrato dele", diz João Marcello. Ed Motta garante que deixou a Universal sem ressentimentos e diz que a troca lhe permite um feito inédito desde que se tornou profissional: a total liberdade artística. "Sei que aqui posso fazer um CD com um quarteto de sopro, percussão e flauta de bambu que vou ter uma equipe trabalhando para o nicho de mercado que gosta deste tipo de trabalho". O músico contou que seu último CD na Universal, o Dwitza foi negociado como condição de renovação de contrato. "Alguns pedem um apartamento ou dinheiro. Eu quis um CD instrumental." Ed Motta promete surpreender com o novo trabalho que prepara para lançar pela Trama e avisa que Dwitza foi uma amostra do que virá. O músico deve entrar em estúdio em janeiro e pretende lançar o CD em março. O contrato prevê que o artista lance quatro discos pela gravadora, mas Szjaman avisa que os trabalhos podem ser feitos em dois anos. "Não dá para dizer a um músico como o Ed Motta que produza apenas um CD por ano". Szjaman e Bôscoli também comemoram a turnê que promoveram com vários artistas (Max de Castro, Simoninha, Jair de Oliveira, Mad Zoo e Patricia Marx) pela Europa e a abertura de uma sede da Trama em Portugal, num momento em que toda a indústria fonográfica reclama dos baixos resultados em decorrência da pirataria. "Não podemos ignorar que 60% dos discos vendidos no Brasil são piratas e que sofremos com isso. O Cláudio Zoli, por exemplo, vendeu 80 mil discos pela Trama e outros 80 mil piratas", diz Szjaman. As novidades do portal são as primeiras formas encontradas pela gravadora para combater a pirataria. O CD à la carte, que custa R$ 25, e oferece ao consumidor um CD com 12 músicas gravadas em master, é uma das apostas. João Marcello diz ainda que o projeto da gravadora é criar um conteúdo exclusivo e oferecer incentivos off-line para quem comprar produtos via portal. "Vamos criar uma revista e dar descontos para os shows dos artistas da Trama. Temos de diversificar. Não podemos manter a estrutura de uma gravadora em cima de um único produto, que é o CD."

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