
Não olha pro lado quem tá passando é o bonde. Quem não ouviu esse refrão estourar em 2012? Foi com esse funk, feito em inspiração no hit Check On It de sua maior ídola, Beyoncé, que Ludmilla deu seus primeiro passos na indústria fonográfica
Dez anos se passaram e assistimos de perto a evolução da artista fazendo sucesso no funk, no pop, no r&b, no pagode e atingindo a impressionante marca de 5 bilhões de streams na soma total de áudios e vídeos.
A primeira headliner brasileira do Palco Sunset no Rock in Rio - um dos maiores festivais de músicas do mundo - bateu um papo comigo horas antes de sua apresentação.

"Meu trabalho ganhou uma proporção durante os anos e hoje eu vou conseguir concretizar isso. Como vai ser meu primeiro show televisionado, vou poder cantar para o Brasil inteiro ao mesmo tempo. Vai ser um momento muito especial".
Ela prometeu e fez. Entregou um dos melhores shows do festival, facilmente, o melhor entre os artistas brasileiros.
Com investimento pesado, ultrapassando a marca dos R$2 milhões, o Palco Sunset foi modificado com uma nova estrutura, quatro patamares, uma escadaria, um chip acoplado no corpo da cantora, que acompanhava as luzes do palco, e uma passarela móvel.

Ela até brincou durante a entrevista, pois assistiu ao show de Jessie J na quinta-feira, 8, e ficou 'preocupada' com o tamanho do salto da britânica em cima de sua passarela novinha em folha - risos.
A história de vida da carioca foi contada em performances extremamente ensaiadas - intercalando com posts em tempo real nas suas redes sociais - e o nível do espetáculo apresentado foi superior ao de vários atos internacionais presentes no Palco Mundo.
O público presente no festival lotou cada frestinha do espaço e os que acompanhavam pela internet fizeram com que o nome da cantora fosse o assunto mais comentado mundialmente no Twitter.

Lud também utilizou a imagem de uma pantera negra em seus posts e nas interludes do show, fazendo o paralelo com a construção de uma imagem de grande poder, que nada mais é que a sua atual fase, a soma de todas as suas eras. Referência para o próximo álbum?
No palco, todas as suas fases foram apresentadas, mas a representação da Santa Ceia para celebrar a cultura negra brasileira na presença de Tati Quebra Barraco, Tasha & Tracie, Majur e Mc Soffia, foi, com certeza, histórica.

Não poderia deixar de citar que o último bloco contou com a performer e seus dançarinos trajando a conhecida camisa amarela da Seleção. A amarelinha sempre foi símbolo frequente das favelas, mas infelizmente foi tomada por questões políticas nos últimos anos. Ressignificou.
No encerramento e marcando agora a sua nova fase, a cantora anunciou o seu novo single Tic Tac, em parceria com Sean Paul, para o dia 30 de setembro.
Para o Brasil inteiro, Ludmilla mostrou que abriu a sua própria porta e que tem orgulho das artistas que a inspiraram.
Em uma década se tornou uma das maiores da nova geração e se depender de seu talento, e da sua criatividade non stop, ainda teremos muito com o que surpreender diante da cria mais brilhante de Duque de Caxias.
