Um museu amigável e inclusivo é o que pretende ser a Pina Contemporânea, o terceiro edifício da Pinacoteca de São Paulo. Com inauguração prevista para novembro de 2022, o espaço vai se conectar ao Parque da Luz e investir na interação com o público e todo o entorno.
Além disso, o Pina Contemporânea vai abrigar esculturas de maior escala, receber programas pedagógicos, aumentar a reserva técnica para novos acervos e ampliar o público do museu para um milhão de visitantes por ano.
A obra, avaliada em R$ 85 milhões, é custeada pelo Estado de São Paulo e patrocinadores e conta com projeto do escritório Arquitetos Associados, de Belo Horizonte, em colaboração com Silvo Oksman.
"Esse novo projeto de museu é menos um cubo branco e mais uma praça pública", diz o diretor-geral da Pinacoteca de São Paulo, Jochen Volz. A 100 metros da Pina Luz, a Pina Contemporânea irá ocupar o antigo endereço do Grupo Escolar Prudente de Morais, desativado em 2014. Mantendo as características da escola, o projeto irá transformar o pátio em uma praça aberta.
O espaço amplo terá capacidade de receber coleções de maior escala e que a estrutura da Pinacoteca não consegue expor hoje, como as do artista Tunga, além de oferecer mostras com mais tecnologia e interação. Outra necessidade da instituição que o novo edifício irá suprir é o aumento da reserva técnica - local de conservação para peças que não estão em exposição - para o crescente acervo.
No projeto, estão mantidos os volumes arquitetônicos dos dois blocos de edifícios já existentes no terreno. Conectando esses dois blocos, haverá uma grande praça pública coberta, com 1.339,2 m2.Um subsolo e um mezanino complementam a proposta. A intenção foi criar um ambiente amigável, inclusivo, acessível e integrado ao parque da Luz e ao edifício da Pinacoteca Luz.
Primeiro contato com museu
Segundo a Pinacoteca de São Paulo, 70% do público atual experimenta no local seu primeiro contato com museus. Aproveitando esse papel de formação, a Pina Contemporânea quer abrigar programas pedagógicos para alunos de escolas públicas e privadas. O novo espaço poderá receber vários grupos ao mesmo tempo.
Investimento estadual
Avaliado em R$ 85 milhões, o projeto recebeu R$ 55 milhões do Estado de São Paulo e R$ 30 milhões de patrocínio privado. "Fico muito feliz de estar conseguindo realizar em um panorama muito adverso para a cultura, seja pela virtual ausência de política em nível federal, seja pelo quadro da pandemia", afirmou ao Estadão o secretário de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão. A inauguração da nova Pinacoteca está prevista para novembro de 2022, mas as atividades culturais devem começar um pouco antes disso, com a conclusão da primeira parte da reforma. / COLABOROU GILBERTO AMENDOLA
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