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Capovilla, um diretor para o sempre

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Por Rodrigo Fonseca
O realizador Maurice Capovilla concorreu em Berlim com "O Profeta da Fome", sua obra-prima, e dirigiu outras joias, como "Nervos de Aço" Foto: Estadão

RODRIGO FONSECA Prevista para se estender até o dia 6 de junho, a mostra Estação Virtual, realizada online, de olho nos últimos 35 anos da produção audiovisual brasileira, preserva em sua programação o drama musical "Nervos de Aço" (2014), último longa-metragem do diretor paulista Maurice Capovilla (1936-2021), que nos deixou no sábado. Na trama, o diretor e o arranjador de um espetáculo, Joel, encarnado por Arrigo Barnabé. Seu relacionamento com a cantora Maria Rosa (Ana Paula Lonardi) é estremecido quando a moça se aproxima do violonista Marcelo, vivido por Pedro Sol. A maneira delicada como o diretor filma as brutalidades do querer faz do longa um estandarte do amor romântico. Capovilla ficou imortalizado por uma estética debruçada sobre as nódoas do inusitado no real, aclamada na Berlinale, em 1969, com a projeção de "O Profeta da Fome", na briga pelo Urso de Ouro. À época em que lançou o longa com Lonardi, Arrigo e Sol, o realizador conversou com o P de Pop, sobre sua obra: "Meus filmes do passado são memórias que guardo ainda hoje, Mas sempre procurei evoluir e buscar um mundo novo, seja no conteúdo ou simplesmente no formato. O Nervos por exemplo nunca teria sido imaginado para ser editado na forma como foi. Para se ter uma idéia, o canto dos intérpretes são conflitos que não cabem no contexto de um CD, porque são 'diálogos musicais' dramáticos e feitos para serem exibidos a uma platéia de cinema ou TV, não cabem num CD. É isso que torna o 'Nervos' um verdadeiro musical, onde a música é base da dramaturgia".

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