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Costa-Gavras no site de Locarno

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Por Rodrigo Fonseca
O diretor franco-grego Costa-Gavras com o Leopardo de Ouro de Honra - Foto: @Locarno Film Festival

Rodrigo Fonseca Preparando sua edição número 76, agendada de 2 a 12 de agosto, com um par de homenagens já anunciadas (uma para a produtora Marianne Slot e outra pro diretor Luc Jacquet), o Festival de Locarno, na Suíça, tem divulgado em sua rede social e em seu site - https://www.locarnofestival.ch/LFF/home - uma porção valiosa da entrevista que fez com Costa-Gavras em 2022. No ano passado, o papa do cinema político recebeu um tributo por lá. Na ocasião, ele bateu um papo com o Estadão. Seus dois primeiros longas foram resgatados por Locarno, de modo a atestar que o diretor de "Z" sempre filmou com plena liberdade, mesmo quando rodou produções americanas, como "O Quarto Poder" e "Atraiçoados". Graças ao trabalho do curador da maratona suíça, Giona A. Nazzaro, "Tropa de Choque: Um Homem a Mais" (1967) e "Crime no Carro Dormitório" (1965), voltaram a circular pelo mundo em cópias restauradas, a começar pela Europa, nos preparativos para a comemoração dos 90 anos do realizador. Ele virou nonagenário em fevereiro. Hoje, prepara uma série, seja pra TV ou pro streaming.

"As plataformas digitais têm essa dimensão singular de poder alcançar milhões de pessoas no mundo todo ao mesmo tempo. Estou nesse projeto de forma embrionária, num processo de escrita de episódios em que tento buscar um caminho particular de dramaturgia. E tenho me perguntado sempre o que fazer, questionando quando um episódio está pronto. E a pergunta que mais me vem à cabeça é: 'Uma série é uma fora de arte?'. Eu me questiono isso ao ver como as pessoas consomem as séries. Terminam uma e vão pra outra e, depois, outra, e, depois, outra", disse Costa-Gavras ao P de Pop. "Eu faço filmes na França. Lá, existe uma política pública que protege a produção local, que fomenta os filmes internos, em nossa língua. Todo país deveria ter uma política cultural que protegesse e fomentasse sua expressão nacional, e não apenas no cinema. Mas no caso das plataformas, a lógica não é política, e, sim, econômica. Não é a perspectiva cultural que guia os projetos e, sim, um interesse econômico, o que dá a esses streamings a margem de influenciar no trabalho dos showrunners, os criadores de conteúdo, de modo a agradar quem interessa: os assinantes". Até julho, Locarno vai divulgar as atrações de seu festival deste ano.

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