Rodrigo Fonseca Às vésperas de seu encerramento, contando com "Showing Up", da americana Kelly Reichardt, para ser "A" surpresa do último dia da disputa pela Palma de Ouro, o 75. Festival de Cannes projeta nesta sexta-feira uma cópia restaurada daquele que é considerado, por muitos críticos, o maior musical de todos os tempos, completa 70 anos: "Cantando na Chuva". Imortalizado pela canção homônima de seu título original, "Singin' in the Rain" teve uma première em Nova York e em Miami em 27 de março de 1952, chegando ao Brasil só em 30 de junho daquele ano. Custou US$ 2,5 milhões para sair do papel, sob a direção de Stanley Donen (1924-2019), em parceria com seu astro, Gene Kelly (1912-1996), e faturou cerca de US$ 7,2 milhões. Disponível hoje no catálogo da Amazon Prime, que adquiriu o acervo dos estúdios MGM, a produção vai ser projetada na seção Cannes Classics, encerrando um ciclo de reprises na Croisette de marcos da telona, entre os quais esteve "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964). Fenômeno de público e crítica, "Cantando..." foi endossado pela crítica pela potência de sua narrativa. Na cerimônia do Oscar de 1953, o longa ganhou as estatuetas de Melhor Atriz Coadjuvante, dada a Jean Hagen, e de Melhor Trilha Sonora, confiada a Lennie Hayton. Antes, a produção recebeu a láurea do Sindicato dos Roteiristas de Melhor Musical e o Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante, Donald O'Connor. No Brasil, o filme ganhou uma dublagem memorável em que Gene Kelly ganhou a voz de Newton Da Matta e Debbie Reynolds a de Fátima Mourão. Nesta sexta-feira, a cineasta italiana Alice Rohrwacher o ator espanhol Javier Bardem passam pela seção Rendez-Vouz Avec..., para falarem dos trajetos que seguiram em suas carreiras. No sábado serão conhecidos os vencedores da disputa pela Palma de Ouro. Parece que "Armageddon Time", de James Gray, produzido por Rodrigo Teixeira, vai sair daqui premiado.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.