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Noite de Liam Neeson na Globo

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Por Rodrigo Fonseca
Dublado por Armando Tiraboschi, Liam Neeson entra numa cruzada de revanche no thriller "Vingança a Sangue-Frio" - Foto: Imagem Filmes

RODRIGO FONSECA Tem Liam Neeson hoje na "Tela Quente", e dublado por Armando Tiraboschi, o que sempre é um motivo de comemoração. A escolha da noite na Globo é das melhores: o áspero "Vingança a Sangue-frio" (2019). É um remake com sabor norueguês. Uma dramaturgia abusada que foge do lugar comum da popular sessão de filmes da Globo. Ao longo de 30 anos de uma carreira coroada por múltiplas indicações ao Urso de Ouro, Hans Petter Moland firmou-se como uma das vozes mais autorais do cinema da Noruega, premiado por longas como "Um homem um tanto gentil" (2010) e "Uma nova vida" (2004). Ele sempre fez da excelência visual (nas raias do deslumbre) o seu norte de trabalho. Cada quadro de seus longas carrega uma potência plástica rebuscada, às vezes até excessiva, mas que demonstra uma reflexão formal, um desapego às convenções da trama, no desejo de libertar as imagens pelas fraturas na psiquê de seus personagens. Um flerte de Hans com a cartilha do thriller, o ótimo policial escandinavo "O cidadão do ano" (2014), despertou o interesse de Hollywood. Há ali uma centelha de heroísmo perdido que interessa bastante aos estúdios dos EUA. Com isso, produtores americanos convidaram o cineasta para fazer um remake da história de um sujeito adorado por todos, admirado por seus feitos, que liberta os demônios em sua alma depois de perder um filho. O rapaz é morto por um engano da máfia, sem culpa alguma no cartório. O erro vai custar caro a seus assassinos. Isso tanto no longa original quanto na versão Made In USA que a Globo exibe esta noite. Filmando no Canadá, Hans trouxe (o sempre impecável) Liam Neeson para viver o papel central de "Vingança a sangue-frio". Como no original, o modo como Hans enquadra a ambientação de neve, tira esta narrativa das convenções do gênero. É pena que frases fora de contexto de Neeson, consideradas racistas tenham prejudicado a vida comercial do longa, cuja bilheteria chegou a US$ 76 milhões. Temos aqui uma secura no desenho das personagens que só bambas autorais como Don Siegel (de "Madigan - Os impiedosos") e Michael Winner (de "Jogo sujo") faziam.

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