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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Novas belezas de Paolo Sorrentino à vista

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Por Rodrigo Fonseca
Toni Servillo testemunha a grandeza o Velho Mundo em "A Grande Beleza", Oscar de melhor filme estrangeiro de 2014 Foto: Estadão

RODRIGO FONSECA Cannes está de olho em "È Stata La Mano Di Dio", o que promete ser o "Amarcord" de Paolo Sorrentino, reconstituindo sua adolescência, em Nápoles, tendo o jogador Armando Maradona (1960-2020) como parte de seu universo. Muso do diretor, Toni Servillo vai integrar o elenco da produção. Os dois levaram um Oscar para a Itália, em 2014, com "A Grande Beleza", que custou EUR9,2 milhões e faturou US$ 24 milhões, além de abocanhar mais 59 prêmios. Zapeando a streaminguesfera, o P de Pop encontrou o filmaço de Sorrentino na Looke e na Amazon Prime. Dele, a Filmin.pt exibe "L'Uomo In Più" (2001), "As Consequências do Amor" (2004) e "Il Divo" (2008), que o consagrou com o Prêmio do Júri na Croisette. Esses longas fizeram dele um dos maiores expoentes do "Risorgimento". O termo se refere à onda autoral que vem salvando o (outrora majestoso) cinema italiano da decadência a partir de narrativas não convencionais feitas por uma novíssima geração de diretores na faixa dos 40 ou 50 anos. Matteo Garrone, Luca Guadadnino, Alice Rohrwacher, Laura Bispuri e Paolo Virzì vieram nessa esteira de sucesso dele, cujo lançamento mais recente, "Silvio e os Outros" ("Loro") ficou sem tela por aqui, após seu acidentado lançamento no Velho Mundo, em 2018. "Tento trabalhar uma percepção de decadência e de euforia que traduzam o mundo em que vivo e que noto em mutação à minha frente. O trabalho com meu parceiro de set Luca Bigazzi, que sempre fotografa minhas histórias, busca observar toda a energia de um universos de pessoas inquietas", disse Sorrentino ao P de Pop no Festival de Veneza de 2019, ao lançar a série "O Novo Papa", da HBO, com Jude Law.

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Visto por cerca de um milhão de pagantes no circuito italiano, onde dividiu a crítica por seu excesso de erotismo e de virtuosismo na imagem (sobretudo na direção de arte), "A grande beleza" surgiu como uma reação de Sorrentino à crise econômica europeia. Na trama, centrada em Roma, o jornalista Jep Gambardella (genialmente vivido por Toni Servillo), que, na juventude, publicou um romance considerado um marco literário, chega aos 65 anos, escrevendo reportagens sobre a nova realidade cultural de sua nação. Com o peso da idade e do tédio, Gambardella embarca em uma jornada existencial atrás da grandiosidade romana. Fanny Ardant tem uma delicada participação no filme. Traduzido literalmente como "The Great Beauty" mundo anglófilo afora, "La Grande Bellezza" estreou em Cannes, na briga pela Palma dourada, quando Steven Spielberg presidiu o júri. Este ano, Spike Lee é quem vai presidir o evento. Que Sorrentino tenha sorte em terras francesas.

p.s.: A Amazon gringa lançou o tocante "Variações", de João Maia. Mas não vemos sinal de a biopic do Freddie Mercury de Portugal chegar ao Brasil, narrando os feitos do ídolo do rock António Variações (1944-1984). O longa vendeu 279 mil ingressos na terrinha, amparado no talento do ator Sérgio Praia no papel central. Augusto Madeira integra o elenco no papel de Luis Vitta, radialista brasileiro que ajuda o cantor em sua jornada canora.

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