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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Radu Jude no rastro do Leopardo

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Por Rodrigo Fonseca
Ganhador do Urso de Ouro de 2021, o cineasta romeno Radu Jude vai falar sobre a relação entre imagem e palavra nas telas em sua passagem pelo evento suíço, em agosto - Foto: @Locarno Film Festival

RODRIGO FONSECA Ganhador do Urso de Ouro de 2021 com "Má Sorte No Sexo Ou Pornô Acidental", o diretor romeno Radu Jude provavelmente terá um longa novo para o segundo semestre, "A Case History", que pode ira aos festivais de Veneza e San Sebastián, em setembro, e tem ainda um curta ("A Cegonha Bielorrussa") no filme em episódios "COOL (News from Belarus)", que está sendo esperado para Locarno. Esta maratona cinéfila, ambientada na Suíça, e famosa por dar o Leopardo de Ouro a seus premiados (em 2022, ganhou o Brasil, com "Regra 34"), vai anunciar suas atrações no dia 5 de julho. Sabe-se que Lambert Wilson é o presidente do júri e há quem espere "Megatubarão 2" na Piazza Grande, sua seção mais popular, numa praça. Mas Radu já se chegou à curadoria do evento - chefiada desde 2021 pelo crítico Giona A. Nazzaro, egresso de Zurique - para ministrar uma oficina sobre a relação entre palavra e imagem. Em cartaz na grade da MUBI com seu mais recente sucesso, o curta "The Potemkinists" ("Potemkini?tii"), no qual brinca com o cinema de Sergei Eisenstein, Jude vai conversar com o público de Locarno, ao lado do montador C?t?lin Cristu?iu, sobre o que existe de mais libertador e o que há de mais castrador no cinema contemporâneo. "Desde Antonioni, há dois tipos de cinema", define Radu ao Estadão, em entrevista concedida em San Sebastián. "Há o cinema da imagem pura, que é o caso de Robert Bresson. E há o caso de um tipo de cinema onde tudo pode virar linguagem na tela. É um ramo que tem em Godard sua figura mais idiossincrática, capaz de incorporar trechos de livros, caricaturas e até cartazes em sua narrativa. Eu tento ficar nessa segunda seara, para ter um 'guarda-chuva' maior e usar os diferentes elementos que a vida me dá, sem uma preocupação de pureza". Um dos longas da seleção de 2022 de Locarno que mais tiveram impacto de mídia, "Human Flowers Of Flesh", de Helena Wittmann, foi fruto de um projeto chamado FIDLab, de 2019. É um projeto de apoio à produção ligado ao FIDLab Marselha, na França, que analisou 430 inscritos, de 70 países, para o evento deste ano, agendado de 6 a 7 de julho, na França. Foram escolhidos projetos como "Pantheras", de Salomé Lamas (Portugal), e "Fausto", de Jasmín López (Argentina). É uma prova da sinergia entre os eventos. Estima-se que "Silent Night", de John Woo, possa abrir Locarno. Cerca de 26 anos depois de sua obra-prima nos EUA ("A Outra Face", com John Travolta e Nicolas Cage), o mestre chinês do cinema de ação volta às telas com uma produção americana, estrelada pelo sueco Joel Kinnaman (o Rick Flag do Esquadrão Suicida), sobre um sujeito que decide se vingar dos assassinos de sua família na noite de Natal. Mas nada está confirmado. Sabe-se apenas que Lambert Wilson será o presidente do júri do Leopardo dourado de 2023.

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