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Gato invadiu set de ‘O Poderoso Chefão’ e virou astro; na entrevista de Vinícius Júnior, foi expulso

Assessor da CBF perdeu a chance de seguir exemplo do improviso de Marlon Brando e gerar imagens de afeto e virou vilão por arremessar gato da mesa pelo cangote

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Foto do author Simião Castro
Atualização:

O caso do gatinho que invadiu e foi expulso da entrevista coletiva de Vinícius Júnior, da seleção brasileira, no Catar, lembra outro episódio de felino enxerido. Tratado de modo diametralmente oposto, o gato que rondava o set de ‘O Poderoso Chefão’ foi acolhido por Marlon Brando de improviso e coadjuvou numa das mais emblemáticas cenas da história do cinema.

Marlon Brando com gato no colo em cena improvisada de 'O Poderoso Chefão' contrasta com bichano sendo expulso de entrevista coletiva de seleção brasileira  Foto: Reprodução/Paramount Pictures; Reprodução/Sportv

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Na icônica sequência de abertura do longa de 1972 de Francis Ford Coppola, Don Corleone aparece afagando um bichano. O felino se refestela no colo do poderoso e perigoso comandante da máfia, em contraste perfeito com a atmosfera tensa do escritório do filme, cuja franquia está completa na Netflix.

Acontece que nem o gato nem a interação, por consequência, estavam no roteiro - como mostra o Estadão nesta lista de curiosidades. Brando notou o animal rondando os estúdios, o trouxe para o colo e brincava com ele enquanto a equipe preparava a filmagem. Ninguém quis intervir.

Duas ações geniais se seguiram: o diretor resolveu rodar mesmo com a presença do gatinho e o ator incorporou à cena a inesperada demonstração de carinho de um mafioso violento. A série The Offer, do Paramount+, reproduziu o momento.

O resultado da discrepância acabou por deixar o chefão ainda mais ameaçador. Um poderoso subtexto de que até os mais brutais criminosos podem ser amorosos com as criaturas que não lhe oferecem risco.

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Exatos 50 anos depois, com dezenas de câmeras apontadas também para uma mesa, os protagonistas de cena similar perderam uma oportunidade de ouro. Na entrevista coletiva da seleção brasileira de futebol, enquanto Vini Jr. falava, um gato roubou a cena.

O bichinho subiu na mesa e, a princípio, chegou a ser também afagado por um assessor da CBF. O problema é que em seguida o homem pegou o gato pelo cangote e o atirou abruptamente da mesa. Uma decisão de segundos que causa arrependimentos permanentes.

Pouca coisa é tão difícil quanto convencer um gato a receber um carinho. Pela natureza independente o bicho mesmo. Aquele já estava entregue. Tivesse seguido o exemplo de Brando e acolhido o animal com carinho, não teria provocado a enxurrada de aversão.

Era um prato cheio para aproveitar a velocidade das redes sociais e a carência do mundo de boas notícias e gentileza. Ele poderia ter aparecido para o mundo como o bom mocinho e gerado imagens incríveis para os fotógrafos e para a TV.

Mais tarde, o repórter do Estadão Ricardo Magatti chegou a apurar que o gatinho virou mascote da seleção, recebendo até o apelido de ‘Hexa’. Mas já era tarde demais. O tribunal da internet já tinha - corretamente - dado o veredicto de que é inaceitável hostilidade com animais. Quanto mais dóceis assim.

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