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Raras entrevistas de Cormac McCarthy são descobertas

Pesquisadores divulgaram ao público, nesta sexta-feira, artigos que mostram um autor jovem e já bem direcionado

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Por Redação
Atualização:

O escritor norte-americano Cormac McCarthy, 89, é descrito como um jovem obstinado e culto, em entrevistas inéditas reveladas pelos pesquisadores Dianne C. Luce e Zachary Turpin. Avesso a entrevistas, os registros mostram um autor batalhando pela sua carreira literária nos anos 1970, quando conversou com repórteres de jornais locais no estado do Tennessee, nos EUA.

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Conhecido pelo romance Meridiano de sangue ou O Crepúsculo Vermelho no Oeste, de 1985, McCarthy foi vencedor dos principais prêmios literários dos Estados Unidos. Entre eles o National Book Award, National Book Critics Circle Award, ambos em 1992, e o Pulitzer, em 2007.

São dez conversas que foram publicadas nesta sexta-feira, 30, no Cormac McCarthy Journal, datadas entre o emblemático ano de 1968 e 1980. Segundo o jornal The New York Times, “McCarthy descreveu suas influências literárias, sua abordagem à escrita, seus hábitos de leitura e até mesmo a casa que ele e sua então esposa reconstruíram com as próprias mãos no lugar de um antigo celeiro”.

O escritor Cormac McCarthy em retrato de 2007, ano em que levou o Pulitzer por 'The Road' Foto: Columbia University/Derek ShaptoR

Segundo a reportagem, as entrevistas traçam um retrato de um “autor com aparência de menino”, e mostra um lado menos formal do escritor, quando ele descreve a então esposa de McCarthy, Anne De Lisle, como uma “garota muito inglesa”.

Em uma das conversas, McCarthy diz que o que mais gosta de fazer é ficar na cama. ‘Alguns dias eu pego meus livros e máquina de escrever e fico lá o dia todo - ou até mesmo alguns dias.’”

Em 1973, ele disse a Martha Byrd, do The Kingsport Times-News, que não gostava de falar sobre suas ideias, nem mesmo escrevê-las, até ter certeza do que queria fazer com elas. Com mais de 1.500 livros em sua biblioteca particular, à época, McCarthy descreve a escrita como uma compulsão: “Não consigo explicar como se cria um romance”, disse ele. “É como o jazz. Eles criam enquanto tocam, e talvez apenas aqueles que podem fazê-lo possam entendê-lo.”. E completa afirmando seu desprezo a livros ruins, “Não estou interessado nem em ‘livros de sexo’ nem em dinheiro”.

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