O canal Fox leva ao ar hoje, às 22 horas, o seriado Deadwood, produção da HBO que recebeu 11 indicações no Emmy Awards e ganhou duas estatuetas já em sua primeira temporada: melhor direção em série dramática e melhor edição de som. Deadwood é uma terra sem lei. Um vilarejo que cresceu dentro de uma área indígena. Rico em ouro, o local atrai todo tipo de gente - bandidos, mocinhos, aproveitadores, prostitutas. No centro da trama estão o xerife Seth Bullock, o pistoleiro Wild Bill Hickok - personagem real que chega ao povoado acompanhado do amigo Charlie Utter e de Calamity Jane - e o dono do bar local, Al Swearengen. O seriado mistura ficção e realidade para mostrar a expansão americana rumo ao oeste. A legendagem do seriado ameniza os diálogos recheados de palavrões que só serão compreendidos pelo telespectador que tem conhecimento de inglês. O elenco de Deadwood conta com Keith Carradine, meio-irmão de David Carradine (o Bill, do filme de Quentin Tarantino Kill Bill), com quem contracenou na série de TV dos anos 70, Kung Fu. Ele interpreta Wild Bill. O ator Timothy Olyphant vive Seth Bullock e Ian McShane, que atuou no filme Sexy Beast, é Al Swearengen. O seriado foi criado por David Milch, que comanda o time de roteiristas e esteve à frente da série Hill Street Blues, sucesso americano dos anos 80. O trunfo do drama, com uma hora de duração por episódio, é o ineditismo do tema - que aborda parte da história americana na época da corrida pelo ouro - e a produção caprichada que recria o ambiente do velho oeste americano, no século 19, com figurino impecável e cenário bem construído. Com exceção de produções em poucos capítulos - como Band of Brothers -, a maior parte dos seriados americanos foca o momento atual. Há poucos que voltam algumas décadas. Vale citar Thats´ 70s Show, uma viagem em figurino pela década de 70, e American Dreams, drama filmado em uma cidade cenográfica bem montada que leva o telespectador aos anos 60/70. Mas quem assistir a Deadwood vai esquecer que está vendo um seriado de TV. Impossível não pensar nos filmes de faroeste.
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