Ela circulou por um clube de meninos de uma agência de publicidade dos anos 1960 em Mad Men, lidera a acusação contra um regime totalitário em O Conto da Aia e lutou contra um parceiro abusivo no filme de 2020 O Homem Invisível. Com base em suas escolhas, faz sentido querer procurar Elisabeth Moss se as coisas estiverem dando errado.
“Isso é um grande elogio”, disse Moss recentemente sobre a ideia de que ela é perfeita para estar em uma trincheira. “Com os personagens que interpreto, é sempre minha intenção mostrar como uma pessoa comum pode ser durona. Eu quero que as pessoas se sintam como, ‘Ah, eu poderia ser essa pessoa. Eu faria isso.' Ou, 'Espero que eu reaja dessa maneira.' Eu gosto da ideia de interpretar super-heróis comuns porque acho que todos nós temos um tipo de super-herói dentro de nós."
Mas lutar contra o bandido não é fácil. Em sua nova série Iluminadas (Shining Girls), que estreia nesta quinta, 29, na Apple TV+ e que conta com o brasileiro Wagner Moura no elenco), Moss tem um papel sob medida para ela. Ela interpreta Kirby, uma arquivista de jornal na década de 1990 em Chicago que é assombrada e provocada por um serial killer (Jamie Bell) chamado Harper, que está sempre um passo à frente de suas vítimas e das autoridades. Parte do que torna a série emocionante é que parece impossível detê-lo.
Moss, que é produtora executiva da série e também dirigiu dois episódios, disse sobre Bell: “Sei que sou suspeita pra falar, mas realmente acho que essa é a melhor coisa que ele já fez. Ele nos surpreendeu todos os dias.”
Harper é tão confiante que se aproxima de sua presa com arrogância. Moss diz que é esse carisma que vende o personagem.
“Nossa intenção era encontrar alguém que não ficasse mexendo no bigode, como umvilão clássico. Isso é romântico. Essa abordagem é muito mais assustadora do que fazer algo claramente assustador.”
Bell diz que foi atraído pelo projeto porque lhe deu a oportunidade de interpretar alguém diferente de seus papéis anteriores (Billy Elliott, Rocketman) e trabalhar com Moss, que ele descreve como “a melhor atriz atuando hoje”.
Para Moss, foi impossível dizer não para os roteiros.
“Eu não estava procurando outro papel na TV, mas era uma daquelas coisas em que eu pensei: 'Acho que não posso não fazer isso'. Eu tento encontrar coisas que sinto que não posso deixar de fazer.”
O verdadeiro desafio, diz Moss, foi a desorientação de filmar uma série que muda constantemente sua realidade. Kirby está tão traumatizada por Harper que fica desorientada com o tempo e sempre tentando recuperar o atraso em sua própria vida.
“Eu definitivamente tive que me lembrar do que eu sabia e do que eu não sabia na história naquele momento. Foi cerca de 100 vezes mais complicado filmar isso fora de ordem do que qualquer outra coisa que já fiz.”
No final de um dia de trabalho, Moss opta por assistir coisas mais leves: “Eu não chego em casa das filmagens e assisto coisas super sérias. Não acho que seria uma boa ideia.” Mas não espere ver Moss em uma comédia romântica ou rasgada tão cedo.
“Como atriz e diretora, estou muito mais interessada em drama. Eu me divirto mais fazendo drama.” /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES
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